Possibilitar a autonomia ao se vestir para pessoas deficientes, criar
soluções que facilitem o dia a dia e oferecer maior variedade de roupas
para este segmento, estimulando sua autoestima são alguns dos objetivos
do Concurso de Moda Inclusiva, organizado pela Secretaria estadual dos
Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, que está em sua nona
edição e com inscrições até o dia 15 deste mês - http://modainclusiva.sedpcd.sp.gov.br/
A
coordenadora do concurso Gabriela Sanches explica que o certame surgiu
como um incentivo para o desenvolvimento da moda inclusiva, que, para
ela, pode aliar dois aspectos: a facilidade para vestir e atender o
gosto da pessoa que está usando a peça de roupa. “[A moda inclusiva] é
importante porque devolve a autoestima para quem se vê lesionado, se
encontra em uma deficiência no meio da vida ou para construir a imagem
da pessoa que já nasceu com algum tipo de deficiência”, disse.
Ela
ressaltou que aquela pessoa acabava vestindo o que era mais fácil para a
mãe, para o cuidador ou ela mesma colocar, como roupas mais largas, de
tamanhos maiores. “As pessoas [deficientes] têm que se adaptar à roupa
que existe no mercado. Para não ter que costurar ou customizar, alguns
preferem peças que já estejam prontas e sejam mais fáceis de vestir. E
isso não necessariamente vai ao encontro do gosto pessoal. Então, a moda
inclusiva vem para devolver esse poder de escolha”, acrescentou.
A
discussão em torno da moda inclusiva ainda é muito incipiente e grandes
magazines não incorporaram a demanda da moda inclusiva, o que levou à
criação de algumas marcas exclusivas, que desenvolvem roupas funcionais
especialmente para deficientes, mas que estão preocupadas também com o design das peças.
Para uma pessoa deficiente visual, por exemplo, é importante que a peça que ela pretende comprar tenha uma etiqueta em braile com informações como tamanho e cor. Para um cadeirante, tecidos mais elásticos e zíperes laterais facilitariam na hora de se vestir sozinho.
“Falta
a sensibilização de algumas marcas que já têm a sua estrutura montada,
ou seja, magazines ou lojas um pouco mais conhecidas, que entendam que a
moda inclusiva é possível dentro da produção que a marca já tem.
Adaptando poucas coisas na sua produção, você consegue atender uma
pessoa com deficiência. Que entendam que você está agregando um cliente,
você não está deixando de atender quem você já atendia”, avaliou
Gabriela.
O modelo Thiago Cenjor, que é cadeirante, já desfilou e
foi mestre de cerimônia em edições anteriores do concurso, a moda
inclusiva permite uma liberdade maior para as pessoas com deficiência,
porque é possível vestir uma roupa que ela goste e que consiga colocar
sozinha. “Elas ficam mais contentes por terem essa independência e se
olhar no espelho e falar “essa roupa que estou usando não é porque me
deram para colocar e só ela me serve” e sim eu a escolhi e consigo
colocá-la sozinha”.
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