A possibilidade de violação do túmulo do ex-jogador de futebol e
ídolo do Botafogo e da Seleção Brasileira, Manuel Francisco dos Santos, o
Mané Garrincha, no Cemitério de Raiz da Serra em Magé, na região
metropolitana do Rio de Janeiro, está praticamente descartada. A
conclusão é do delegado Antônio Silvino Teixeira, titular da 66ª
Delegacia Policial (Piabetá). “A violação de sepultura está mais ou
menos delineada que não houve. Se teve a autorização da exumação, então,
não se pode dizer que houve a violação”, disse Teixeira em entrevista à
Agência Brasil.
De acordo com o delegado, o
sobrinho do craque, João Rogoginsky, filho da irmã mais velha de
Garrincha, Maria de Lourdes Rogoginsky, disse em depoimento ter ouvido
da mãe que dois anos depois da morte do atleta, a ossada teria passado
por uma exumação e sido transferida do jazigo da família para um
memorial em homenagem ao tio dele no alto do cemitério. O delegado
informou que a primeira pessoa da família foi enterrada no túmulo em
1955. Depois, em 83, foi o corpo de Garrincha e, em 2007, outro parente
foi levado para o jazigo.
“Em 2007, quando iam enterrar outra pessoa da família eles viram que
não tinha nada lá dentro. A mãe desse rapaz, que hoje é falecida, disse a
ele que antes de 2007 tinha autorizado a exumação dos ossos ali. A
gente não sabe onde está, mas foi exumado com autorização deles”, disse,
destacando, que a família disse que não tem a documentação. “Ninguém
tem, nem a administração do cemitério”.
Segundo o delegado, ainda
não há confirmação se a ossada de Garrincha está no memorial, o que só
será comprovado com a exumação e exame de DNA nos restos mortais que
forem encontrados tanto no jazigo da família como no memorial. A filha
de Garrincha, Rosângela Cunha dos Santos, e o sobrinho dele, Luiz
Marques, são favoráveis aos exames para que a situação seja logo
resolvida.
O delegado disse que para a realização dos exames e da
exumação não é necessário autorização da Polícia Civil. “Agora é coisa
da família. É uma parte mais administrativa”.
Além de João
Rogoginsky, prestaram depoimento na delegacia, a filha de Garrincha,
Rosângela Cunha dos Santos, e os administradores do cemitério. O
delegado aguarda mais informações que possam ser passadas pela família
ou a descoberta de algum documento antigo.
Na sexta-feira (9),
Magé vai completar 452 anos e entre as ações de comemorações estava
prevista uma homenagem a Garrincha. Foi a partir dessa intenção da
prefeitura que surgiu a informação de que o corpo do ex-jogador não
estava mais no jazigo da família e chegou a ser noticiado que a ossada
estava desaparecida. Depois das notícias, a 66ª DP instaurou inquérito
policial para apurar se tinha ocorrido crime de violação de sepultura,
previsto no Artigo 210 do Código Penal.
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