O Dia dos Namorados deve movimentar no comércio brasileiro cerca de
R$ 1,65 bilhão, já descontada a inflação. A cifra representa uma alta de
2,5% em volume de vendas em relação a igual período do ano passado. A
estimativa é da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e
Turismo (CNC).
O economista da CNC, Fabio Bentes, disse hoje (9) à Agência Brasil que,
se for confirmada essa expectativa de alta no Dia dos Namorados, “a
gente vai interromper uma sequência de dois anos de queda nas vendas na
data comemorativa”. No ano passado, as vendas para o Dia dos Namorados
caíram 4,9% e, em 2015, recuaram 1,1%.
Bentes avaliou que, embora
o aumento projetado de 2,5% este ano seja um dado positivo, “ele sequer
repõe a perda do ano passado”. Mesmo assim, entende que, se confirmado,
o resultado deve ser comemorado, porque significa que o varejo está
tentando se levantar da crise e isso começa a ocorrer com taxas
modestas.
Segundo Fabio Bentes, o sinal que as datas
comemorativas estão dando para o varejo este ano – incluídas a Páscoa e o
Dia das Mães – é de uma leve alta, devido à redução de preços em função
da inflação baixa e, também, por conta de uma melhoria nas condições de
crédito. “Os juros ao consumidor têm caído e isso tem propiciado um
certo desafogo das prestações”.
O economista da CNC disse que a
prestação média de compra a prazo hoje está 5% menor do que há um ano.
“E se a gente jogar a inflação em cima, esse recuo da prestação média
acaba passando dos 9%”. Argumentou que grande parte do consumidor
brasileiro não sabe bem o que é a taxa básica de juros Selic,
definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central,
mas “sabe direitinho” o que é o tamanho de uma prestação. “A prestação
hoje está cabendo mais no bolso do que cabia um ano atrás”.
As projeções da CNC para a data comemorativa dos namorados foram feitas
com base em dados oficiais da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de âmbito
nacional.
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