Após duas semanas da operação policial feita na Cracolândia, na Luz,
para retirar dos usuários de drogas do local, a Prefeitura de São Paulo
tem se voltado para a internação e tratamento deles. Nos últimos dias,
circulam pela região carros de som com mensagens convidando pessoas para
atendimento nos postos instalados na Rua Helvétia, onde há maior
concentração de usuários.
Segundo o balanço da administração
municipal, desde o dia 21 de maio, foram feitas 181 internações
voluntárias, sendo 18 somente ontem (6).
Os usuários de crack
voltaram a se agrupar na Praça Princesa Isabel, a menos de 500 metros
do ponto original. A quantidade de pessoas e de barracas improvisadas já
é igual ou superior à anterior, no chamado fluxo da Cracolândia.
As
abordagens no entorno dos quarteirões se intensificaram, segundo os
usuários de drogas. "Eles estão batendo, machucando e levando as pessoas
para a cadeia”, disse Luciana*, uma usuária de 54 anos, sobre a postura
dos policiais militares.
O movimento diminuiu na tenda onde
funcionava o serviço de atendimento do programa De Braços Abertos, da
prefeitura, mas o local ainda oferece atendimento de saúde e assistência
social aos usuários de drogas. Em frente ao serviço, foi instalado
contêiner do Centro de Apoio Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD), com
psiquiatras de plantão.
Vinte contêineres com espaço para
pernoite e banheiros também foram instalados a 800 metros do centro de
apoio. O espaço conta com aparelhos para ginástica ao ar livre, mas
ainda não começou a funcionar. A prefeitura não informou quando será
inaugurado, nem deu detalhes sobre os equipamentos.
Para o
coordenador de redes da organização não governamental (ONG) É de Lei,
Leôncio Nascimento, os contêineres podem ser uma iniciativa
interessante, mas "falta planejamento". Ele acha que em vez de se
fortalecer os equipamentos que já existem no local, e que são
deficientes, a ação parece "despreparada".
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