O número de doadores de órgãos no Brasil
bateu recorde no primeiro semestre de 2017, em comparação com os seis
meses iniciais dos anos anteriores. Foram 1.662 doadores, aumento de 16%
em relação a 2016. Quando considerado o intervalo entre 2010 e 2017,
esse percentual chega a 75%. A expectativa do Ministério da Saúde é que,
até o fim deste ano, sejam contabilizados 3.324 doadores, o que poderá
fazer com que o Brasil ultrapasse a meta de 16 doadores para cada grupo
de milhão prevista para 2017.
Para ampliar o número de doadores, o país
tem o desafio de informar e sensibilizar as famílias para que elas
autorizem a realização de transplantes. Hoje, 43% ainda recusam a
doação. A média mundial é de 25%, segundo a coordenadora do Sistema
Nacional de Transplantes, Rosana Reis. Para mudar esse quadro, o
Ministério da Saúde lançou hoje (27), Dia Nacional da Doação de Órgãos, a
campanha Família, quem você ama pode salvar vidas.
A campanha busca estimular as pessoas a
compartilharem com suas famílias o desejo de serem doadoras de órgãos.
Isso porque, após a ocorrência da morte encefálica, é a família quem
decide ou não pela doação.
“O Brasil é uma referência nessa área e
nós temos procurado, com essa campanha, sensibilizar cada vez mais
famílias para que autorizem o transplante de seus entes queridos que já
não tenham mais possibilidades de continuar conosco, e que eles possam
permitir que outras pessoas vivam com suas vidas”, detalhou o ministro
da Saúde, Ricardo Barros, acrescentando que a operação garante
expectativa de vida.
Segundo Rosana Reis, pesquisas de opinião
registram amplo apoio dos brasileiros à doação. “O que a gente precisa é
que essas famílias sejam suficientemente informadas e esclarecidas na
hora em que a situação acontece”, completou.
Para isso, o ministério também
fortalecerá ações de formação junto aos profissionais de saúde, que
devem estar treinados para acolher as famílias e oferecer informações
necessárias a elas sobre a importância dos transplantes.
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