A difícil tarefa de reconhecer o corpo da vereadora Marielle Franco,
assassinada ontem (15) no Rio de Janeiro, coube à irmã, a professora
Anielle Silva. Ela chegou por volta das 8h20 no Instituto Médico-Legal
(IML) e levou mais de duas horas para concluir o processo de liberação
do corpo da parlamentar.
Depois de ter reconhecido o corpo da irmã, Anielle falou com a
imprensa. “Infelizmente, ela foi brutalmente assassinada. A gente mais
uma vez sendo vítima da violência desse estado, sendo dessa ausência de
segurança que a gente tem. Tentaram calar não só 46 mil votos [obtidos
por Marielle na última eleição], mas também várias mulheres negras”,
lamentou.
Segundo ela, o Complexo da Maré, onde Marielle nasceu e
viveu parte de sua vida “chora”, assim como o Rio de Janeiro e o Brasil
inteiro. “Ela só tinha um ano de mandato, não sei por que incomodava
tanto. Não tinha necessidade de ser assim. Foi um ato covarde”, disse.
“Marielle era uma pessoa do bem, guerreira, sorridente, que estava
lutando muito pelas mulheres negras.”
Já o reconhecimento do
corpo do motorista de Marielle, Anderson Pedro Soares, que também morreu
baleado, ficou a cargo da viúva, Ágatha Arnaus Reis. “A gente já está
imerso nisso [na violência]. A gente acaba se acostumando. No final de
contas, é mais um. Não sou só eu, são várias pessoas. A revolta fica
meio para trás, porque a dor é muito maior”, disse.
Anderson
Soares trabalhava como motorista para o aplicativo Uber e prestava
serviços eventuais como motorista para Marielle. Segundo Ágatha,
recentemente, os serviços eram frequentes, porque o marido estava
substituindo o motorista oficial, que estava doente.
A vereadora e
o motorista que conduzia o veículo em que ela estava com uma assessora
foram assassinados a tiros na noite de ontem (14), no centro do Rio de
Janeiro. Uma assessora de Marielle que também estava no carro sobreviveu
ao ataque.
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