Parlamentares e militantes do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL)
homenagearam hoje (16) a vereadora Marielle Franco, assassinada na
última quarta-feira (14) com o motorista Anderson Gomes. Em meio a
lágrimas e desabafos, os discursos afirmaram a importância de não
permitir que a violência silencie as lutas da vereadora, que era negra,
feminista e nascida no Complexo da Maré.
Vereadora mais votada de
Niterói, na região metropolitana do Rio, Talíria Petrone (PSOL)
discursou com uma voz rouca e emocionada, lembrando da importância da
representatividade de mulheres, negros, Lésbicas, Gays, Bissexuais,
Travestis, Transexuais e Transgêneros e moradores de favela na política.
"Se
eles achavam que a Marielle estava sozinha, eles estão enganados. A
Marielle é cada uma de nós", disse Talíria que lembrou também a
dedicação de Marielle à favela da Maré. "Conheci Marielle na favela,
lugar que era dela, e que sempre foi a prioridade da sua voz".
Em
seu primeiro mandato na Câmara Municipal do Rio, o vereador David
Miranda também chorou ao falar sobre a amiga e vereadora e pediu que a
militância se mantenha firme na luta contra a discriminação e a
desigualdade.
"Minha amiga morreu, mas não foi em vão. Todos
vocês têm a responsabilidade de levar dentro do seu coração a luta que
ela tinha pela democracia e pela juventude negra", disse Miranda, ao
acrescentar que a manifestação de ontem no centro do Rio de Janeiro
"mostrou que a semente dela continua".
O deputado federal Chico
Alencar lembrou que Marielle costumava estar na manifestação do Buraco
do Lume toda sexta-feira. O ato no centro do Rio é tradicionalmente
usado por parlamentares do PSOL para prestar contas das ações de seus
mandatos.
Marielle foi assassinada na quarta-feira, por volta das
20h, com quatro tiros na cabeça, quando ia para casa no bairro da
Tijuca, zona norte do Rio, retornando de um evento ligado ao movimento
negro, na Lapa. A parlamentar viajava no banco de trás do carro, quando
os criminosos emparelharam com o carro da vítima e atiraram nove vezes.
Além
da vereadora, também morreu no ataque Anderson Gomes, que trabalhava
como motorista para o aplicativo Uber e prestava serviços eventuais para
Marielle. Uma assessora que também estava no carro sobreviveu ao
ataque.
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