A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, advertiu neste
sábado (17) que "não tolerará nenhuma ameaça contra a vida de cidadãos
britânicos ou outros cidadãos em solo britânico" por parte da Rússia,
após o Kremlin ter anunciado represálias em meio à crise desencadeada
pelo envenenamento do ex-espião russo Sergei Skripal e de sua filha
Yulia.
Durante um discurso pronunciado no Fórum de Primavera do Partido Conservador, May mencionou as medidas anunciadas por Moscou e afirmou que o Reino Unido comunicará seus "próximos passos nos próximos dias", junto com seus "aliados e parceiros".
"A
resposta da Rússia não muda os fatos: a tentativa de assassinato de
duas pessoas em território britânico [o ex-espião Sergei Skripal e sua
filha, envenenados por um agente químico nervoso em Salisbury, na
Inglaterra], motivo pelo que não há uma conclusão alternativa a não ser
que o Estado russo foi culpado", disse a líder conservadora.
Entre
os passos anunciados por Moscou nesta manhã figuram a expulsão de 23
diplomatas britânicos da Rússia, além do fechamento do British Council
em Moscou - instituição cultural para a divulgação do idioma inglês no
exterior - e a retirada da permissão para o Consulado Britânico em São
Petersburgo.
Essas ações foram a resposta russa às medidas anunciadas ao longo da semana por May, que também determinou a expulsão do mesmo número de diplomatas russos do Reino Unido.
No
discurso, a primeira-ministra reiterou que o governo não tem nenhum
"desacordo" com os muitos cidadãos russos que residem no Reino Unido,
que "cumprem a lei e contribuem" para o país, pois "sempre serão
bem-vindos ".
No entanto, aletou que o governo nunca tolerará
"ameaças à vida de cidadãos britânicos nem de outros cidadãos em
território britânico por parte do governo russo".
"Este ato de
agressão russa representa antítese total aos valores liberais e
democráticos que definem o Reino Unido", apontou a primeira-ministra,
que citou como exemplo desses valores o Estado de direito, a liberdade
de expressão e a liberdade de imprensa.
May antecipou que o
governo britânico avaliará na próxima semana os próximos passos a serem
tomados neste conflito entre ambos os países.
Achados
inconscientes no banco de um parque na cidade de Salisbury no dia 4 de
março, Skripal e a filha Yulia seguem em "estado crítico" após terem
sido envenenados por um agente nervoso de fabricação russa - incidente
do qual Londres culpa Moscou.
Os investigadores britânicos
afirmam que ambos foram envenenados com um componente químico de tipo
militar de fabricação russa, por isso Moscou - que rejeita todas as
acusações - exige que Londres ofereça uma amostra desse material.
Além
disso, o empresário Nikolai Glushkov, ex-vice-diretor geral da
companhia aérea Aeroflot, foi achado morto na segunda-feira passada no
seu domicílio de Londres com sinais de estrangulamento.
Glushkov,
exilado no Reino Unido, era próximo ao oligarca Boris Berezovsky, um
inimigo do Kremlin que foi encontrado enforcado em 2013 no Reino Unido.
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