Alvo da Operação Canaã – A Colheita Final, a empresa Nova Visão
Assessoria e Consultoria, foi autuada hoje (15) pelo Ministério do
Trabalho por manter 565 trabalhadores em condição análoga à de
escravidão. Deflagrada no início de fevereiro, a operação investiga
o envolvimento de uma seita religiosa, a Igreja Cristã Traduzindo o
Verbo, em crimes como trabalho escravo, tráfico de pessoas, lavagem de
dinheiro e estelionato.
Segundo o Ministério do Trabalho, a
igreja foi autuada porque dos 565 trabalhadores encontrado em condição
ilegal, 438 não tinham registro em Carteira de Trabalho e 32 eram
adolescentes em atividades proibidas para menores.
Ainda de
acordo com o ministério, as vítimas foram encontradas em nove fazendas
de produção hortigranjeira e de café do grupo, sendo seis em Minas
Gerais e três na Bahia, além de restaurantes, casas comunitárias e um
posto de gasolina em São Paulo.
Conforme nota do Ministério do
Trabalho, as vítimas não tinham jornada de trabalho estabelecida e não
recebiam nenhuma remuneração pelas atividades. Eles trabalhavam em troca
de casa e comida.
Fé
Na operação,
desencadeada em parceria com a Polícia Federal, os auditores fiscais
tiveram dificuldade para resgatar os trabalhdores. Em virtude da
doutrinação religiosa, as vítimas não se achavam exploradas e diziam
trabalhar em nome da fé e da coletividade.
Em meio à operação, 13
dirigentes do grupo econômico e da igreja foram presos preventivamente.
Outros dez dirigentes continuam foragidos.
Além de ser obrigado a
regularizar a situação dos trabalhadores, o grupo econômico responsável
pela igreja também deverá afastar os trabalhadores das atividades
ilegais.
Conforme determinação do Ministério, os trabalhadores
que não tinham a Carteira de Trabalho assinada deverão ter o registro
incluído no documento. Além disso, os 565 trabalhadores terão que
receber retroativamente pelos serviços prestados. A igreja deverá ainda
providenciar o retorno das vítimas aos seus locais de origem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário