A partir de hoje (23), representantes de mais de 100 etnias estão
reunidos no 15º Acampamento Terra Livre (ATL), no Memorial dos Povos
Indígenas, em Brasília. A expectativa é que mais de 3 mil pessoas
participem do encontro. Os indígenas apelam por mais atenção à
demarcação de terras, cuidados com saúde e educação, assim como
investimentos específicos.
Os apelos ocorreram em meio às divergências sobre a instalação do
acampamento: os indígenas defendiam na Esplanada dos Ministérios, ao
lado do Teatro Nacional Cláudio Santoro, mas o Governo do Distrito
Federal não autorizou. Houve confusão e, depois, foi definido o local.
Os indígenas deverão usar tendas de lona no Memorial.
O Acampamento Terra Livre é considerada a maior mobilização de
indígenas do Brasil. Doutorando em Direito, o líder indígena Dinamam
Tuxá pediu que as autoridades públicas invistam em um sistema de
educação menos conservador. Segundo ele, é necessário respeitar o
indígena de tal forma que não seja tratado como um "ser exótico". De
acordo com ele, o preconceito vem na infância, nos livros escolares, em
que os indígenas aparecem nus e alheios à tecnologia.
Casada com um branco, a líder Telma Tapirapé é considerada uma
rebelde entre os indígenas. Indiferente às críticas, ela incentiva a
participação feminina nas mobilizações e elogiou a atuação das mulheres
kaingang. Entre os indígenas, há o costume de ouvir apenas as
lideranças, nem todos falam. Telma rompeu este hábito.
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