O Estado Islâmico tem US$ 3,6 bilhões para financiar ações
terroristas, sua resistência na Síria e no Iraque e sua reorganização em
“filiais” pelo mundo. A fortuna foi arrecadada em doações, em negócios e
na cobrança de impostos em territórios dominados pelo grupo. A
estimativa foi divulgada em Paris, em conferência com 80 ministros de
Estado e mais de 500 especialistas.
O Brasil participou do encontro com uma delegação liderada pela
procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pelo general Sergio
Westphalen Etchegoyen, ministro-chefe do Gabinete de Segurança
Institucional da Presidência, e pelo ministro da Justiça, Torquato
Jardim.
A conferência foi realizada a portas fechadas, mas os principais
números acabaram divulgados. O principal diz respeito ao “tesouro de
guerra” de US$ 3,6 bilhões, de acordo com serviços de inteligência
europeus. O montante seria o maior jamais reunido por um único grupo
terrorista.
Em grande parte, o dinheiro que financia a máquina de propaganda do
EI vem sendo usado na resistência dos jihadistas na Síria e no Iraque.
Além disso, “filiais” do grupo na África continuam a receber e a
movimentar recursos por meio de casas de câmbio, cartões pré-pagos e
moedas virtuais.
“O combate às finanças terroristas não tem sido bem-sucedido. Não se
trata apenas dos bancos. Também há o dinheiro líquido, a dominação
territorial, o tráfico e o comércio ilegal, a renda legal e o pequeno
crime”, explicou Peter Neumann, professor do Kings College, de Londres.
“É preciso ser mais aberto, criativo e honesto no combate.”
Entre as medidas a serem adotadas estão a criminalização de ações
financeiras, além de maior transparência e capacidade de rastrear o
dinheiro sujo. “O terrorismo não tem fronteiras. Ele exige uma resposta
global”, disse Angel Guria, secretário-geral da Organização para a
Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). As informações são do
jornal O Estado de S. Paulo.
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