Com o lema "Nós somos o trânsito", foi lançada nesta quarta-feira (2),
em Brasília, a quinta edição do Maio Amarelo, campanha internacional que
chama atenção da sociedade para o alto índice de mortos e feridos no
trânsito. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), os
acidentes rodoviários matam 1,25 milhão de pessoas por ano, em todo o
mundo, e são a principal causa de morte de pessoas com idade entre 15 e
29 anos. Do total de mortes, 90% ocorrem nas estradas de países de baixa
e média renda, que detêm apenas a metade da frota de veículos do mundo.
No Brasil, de acordo com o DataSUS, mais de 37,3 mil pessoas morrem
todos os anos no trânsito das cidades e rodovias do país. "É como se um
avião de médio porte caísse todos os dias com 93 passageiros a bordo. É o
que representa o número de vidas que perdemos no trânsito em nosso país
[todos os dias]", afirmou o ministro das Cidades, Alexandre Baldy, que
participou do lançamento da campanha na capital federal. De acordo com
Baldy, o objetivo do Maio Amarelo é articular os órgãos de trânsito nos
estados, como os Detrans, com a ação do Departamento Nacional de
Trânsito (Denatran), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Agência
Nacional de Transporte Terrestre (ANTT). Além das campanhas educativas,
serão intensificadas, ao longo do mês, campanhas de fiscalização, como
as blitz de trânsito.
Em 2011, o Brasil aderiu ao programa das Nações Unidas chamado Década
de Ação pela Segurança no Trânsito, uma pacto global que prevê a
redução em 50% do número de vítimas no trânsito até 2020. De lá pra cá, o
Brasil conseguiu diminuir em 25% o número de mortes em acidentes
automobilísticos. "O Maio Amarelo consegue trazer para sociedade essa
atenção para o tema, mas de nada adianta o esforço de cada órgão, se o
motorista, ao conduzir nas cidades ou estradas, não tiver
responsabilidade e a devida consciência de que tem em seu poder uma arma
de grande potencial para matar ou lesionar as pessoas", afirmou o
diretor-geral da PRF, Renato Dias.
Segundo a PRF, o excesso de velocidade, as ultrapassagens indevidas, a
combinação de álcool e direção, a falta de cinto de segurança e o uso
de celular ao volante são as cinco principais causas de acidentes de
trânsito no país. "A grande preocupação no momento é o uso do celular
pelo motorista. Agora, com o Whatsapp, potencializou mais o risco de
tirar a atenção do condutor", acrescentou Renato Dias, da PRF.
Perguntado sobre a aplicação de tecnologias para bloqueio de celular
por motoristas em trânsito, o ministro Alexandre Baldy diz que o governo
estuda o tema, mas que a medida é complexa. "Nós temos que, primeiro,
educar e tornar cada vez mais conhecida dos usuários do trânsito,
daqueles que dirigem no dia a dia, a realidade de mortes em nosso país,
que mata quase 100 pessoas por dia em acidentes. Em vez de banir a
utilização de telefone no trânsito, que a gente possa ter a
conscientização do motorista para não usar o aparelho enquanto dirige",
argumentou.
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