Milhares de pessoas de vários estados do país se reuniram ontem (1º)
em Curitiba em um ato unificado das sete maiores centrais sindicais do
Brasil para defender bandeiras trabalhistas, celebrar o Dia do
Trabalhador e pedir a liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, preso na capital paraense desde o dia 7 de abril para cumprir a
pena de 12 anos e um mês pelo caso do triplex do Guarujá. O lema do ato
foi "Todos juntos em defesa dos direitos e da democracia".
Os discursos dos dirigentes sindicais durante o ato destacaram a
importância da união histórica da esquerda brasileira. Eles falaram
sobre a importância da união dos movimentos progressistas e de esquerda
do país para defender a democracia, impedir o retrocesso de direitos
sociais e viabilizar a candidatura de Lula nas próximas eleições. Os
sindicalistas destacaram que houve atos em defesa de Lula em diversos
países da América Latina e Caribe, incluindo Cuba, Uruguai e Argentina,
além do México.
Esta é a primeira vez desde a redemocratização do país que os
representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical,
Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Nova Central
Sindical de Trabalhadores (NCST), União Geral dos Trabalhadores (UGT),
Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) e Intersindical sobem no mesmo
palanque para defender pautas comuns.
Os pré-candidatos à Presidência da República, Guilherme Boulos (PSOL)
e Manuela D'Ávila (PCdoB), também apoiaram Lula publicamente e disseram
que vão continuar resistindo aos cortes de direitos. “Curitiba é hoje o
símbolo da nossa unidade e resistência, pois aqui está preso o maior
líder político do país”, disse Manuela. “Nesse primeiro de maio vemos a
velocidade com que as elites destroem o Estado brasileiro. Vimos o fim
da CLT [Consolidação das Leis Trabalhistas], com a reforma trabalhista. E
resistimos”.
A presidente do Partido dos Trabalhadores, senadora Gleisi Hoffmann,
agradeceu o apoio e a presença das centrais sindicais e dos partidos
políticos e destacou a importância da união de forças. “Esse ato tem um
grande significado político. Não é um ato apenas de reivindicação
econômica dos direitos dos trabalhadores, mas é sobretudo um ato de
defesa da democracia, dos direitos do povo brasileiro e do Estado
Democrático de Direito”, disse.
A senadora também disse que o ex-presidente Lula “está bem”
fisicamente, emocionalmente e especialmente politicamente. Durante o
ato, ela leu uma carta escrita por Lula na prisão destinada aos
manifestantes. Ele diz estar preocupado com os rumos do país e afirma
que vai mostrar que é inocente usando todas as ferramentas possíveis.
Além de sindicalistas, representantes de movimentos sociais do campo e
da cidade, entre eles, as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo e o
Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra, participaram da
manifestação. Partidos políticos de esquerda também estavam presentes,
entre eles, PCdoB, PDT, PSB, PCB e PCO.
Muitos políticos também marcaram presença no ato, como os senadores
Roberto Requião (PMDB), Lindbergh Farias (PT) e Vanessa Grazziotin
(PCdoB), o líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta, as deputadas
federais Jandira Feghali e Benedita da Silva.
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