Dois homens queimaram uma adolescente viva em sua casa no Leste da
Índia, um dia depois de estuprá-la, informou neste sábado a polícia, em
um novo caso de violência sexual a chocar o país.
A jovem de 16 anos foi raptada em Chatra, uma aldeia na região do estado
de Jharkhand quando a família estava em um casamento, e foi estuprada
pelos homens na quinta-feira em um parque florestal, segundo a polícia
local. A família denunciou o crime ao Conselho local, que ordenou que os
acusados pagassem uma indenização de 50 mil rúpias (cerca de US$ 770). O
Conselho local, uma entidade formada pelos membros mais velhos da
comunidade, geralmente resolve disputas, evitando assim que os casos
sigam para sistema Judiciário indiano, lento e caro.
Segundo a polícia, esta decisão irritou os homens, que espancaram os
pais da jovem antes de atearem fogo nela, indicou à AFP um funcionário
da polícia local, Ashok Ram.
- Os dois homens fugiram. Uma investigação sobre o caso foi aberta - disse ele.
Apesar disso, ainda neste sábado o magistrado indiano Jitendera Singh mandou prender 14 pessoas acusadas de envolvimento do caso.
A Índia reforçou suas leis para os crimes de agressão sexual em 2013,
depois de um estupro coletivo em Nova Déli. Mas a violência sexual é
comum no país, com 11 mil casos de estupros infantis registrados em 2015.
Em 2016, foram registrados cerca de 40.000 casos de estupro na Índia,
mas estima-se que muitos mais não foram denunciados porque na patriarcal
sociedade indiana as vítimas de crimes sexuais também sofrem de um
estigma.
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