Os dados do Sistema Único de Saúde (SUS) apontam uma queda no número
de registros de hanseníase no período entre 2015 e 2017, saindo da casa
de 35 mil novos casos para pouco mais de 32 mil diagnósticos. Ainda
assim, a doença está no radar do Ministério da Saúde (MS) e da
Organização Mundial da Saúde (OMS) por ser considerado um problema de
saúde pública no país, ou seja, quando há mais de um caso para cada 10
mil pessoas. Sua incidência torna o Brasil o segundo colocado no ranking
da hanseníase, atrás apenas da Índia em número absoluto de casos.
O levantamento foi realizado pela Sociedade Brasileira de Patologia
(SBP) utilizando a plataforma DataSUS, que consolida os dados coletados
em toda a estrutura do sistema de saúde do Brasil.
Manchas claras ou vermelhas na pele que causam a perda de
sensibilidade na região são os principais sintomas da doença. Esses
sinais geralmente acometem os braços e as pernas, mas também podem ser
vistos em outras partes do corpo. Uma vez que a hanseníase ultrapassa a
barreira cutânea e atinge também os nervos, o infectado perde também
força e mobilidade dos membros. No Brasil, ainda segundo o levantamento
realizado no DataSUS, o grau de incapacidade física dos adoecidos é
avaliado em 87%.
Além disso, um dos grandes desafios no diagnóstico precoce da
hanseníase é a ocorrência crescente de casos da doença em crianças,
principalmente em regiões do Brasil onde está é muito prevalente, o que
representa um sinal de ocorrência acentuada da doença na população que
expõe a criança, desde idade bem precoce, ao contato constante com o
bacilo e consequentemente ao adoecimento.
“Embora se trate de uma doença infectocontagiosa, a hanseníase não é
transmitida por simples relações de toque, ela se instala em pessoas com
baixa imunidade após o contato direto com gotículas de saliva ou
secreção do nariz de pessoas já infectadas”, explica o médico
patologista Juarez Quaresma, membro da Sociedade Brasileira de Patologia
(SBP).
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