O Plano Juventude Viva, com foco no combate à violência contra jovens
negros, foi relançado hoje no Rio de Janeiro. Logo após a divulgação do
Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência e Desigualdade (IVJ), em
dezembro, que comprovou que morrem mais negros do que brancos
no Brasil, a Secretaria Nacional de Juventude (SNJ), em conjunto com 11
ministérios e a Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da
Igualdade Racaial, revisou todo o programa, lançado em 2012, e estipulou
como meta de reduzir em 15%, até 2022, os índices de violência contra
os jovens negros, por meio da inclusão social.
Segundo o secretário nacional de Juventude, Assis Filho, esta é a
principal estratégia do governo federal para enfrentar a violência
contra jovens negros. Ele informou que o programa inclui ações de 11
ministérios e duas secretarias nacionais, que terão recorte racial e
abrangerão a faixa etária de 15 a 29 anos.
"As ações serão pactuadas com estados e municípios para que aconteçam
do ponto de vista do governo federal. Com a pactuação, espera-se que os
governos e prefeituras também possam desenvolver planos estaduais de
enfrentamento à violência, desenvolvendo ações e financeiro para
executar essa política”, acrescentou o secretário.
Para tocar o programa, a SNJ dispõe neste ano de R$ 50 milhões, além
de verbas das outras pastas. A secretaria usará o IVJ para definir as
localidades que terão prioridade no recebimento das ações. Lançado em
dezembro, o IVJ atualizou os dados sobre violência no Brasil, lembrou
Assis Filho. "As estatísticas têm que ser atualizadas, se não
envelhecem. Agora, com o IVJ, o governo começa a desenvolver políticas
públicas justamente nos territórios e nos grupos sociais mais
vulneráveis", acrescentou. O secretário disse que, como não há orçamento
para tudo, é preciso conhecer o território e o grupo social mais
vulneráveis para aplicar os recursos público nas áreas que mais
precisam.
De acordo com o secretário, o objetivo é atingir todos os 27 milhões
de jovens do país que se autodeclaram negros, o que corresponde a 54% do
total de 51,4 milhões de pessoas com idade entre 15 e 29 anos,
começando pelos grupos em maior vulnerabilidade social.
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