A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu hoje (11) o
arquivamento de um inquérito contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG) no
Supremo Tribunal Federal (STF). O senador é investigado por supostamente
ter atuado para fraudar registros do Banco Rural remetidos à CPMI dos
Correios, em 2005.
O inquérito teve como base a delação premiada do ex-senador Delcídio
do Amaral, que presidiu a CMPI e relatou ter sido procurado por Eduardo
Paes, então deputado pelo PSDB, que lhe teria pedido, em nome de Aécio,
que adiasse o prazo dado ao Banco Rural para o envio dos documentos, de
modo a haver tempo para a fraude.
O objetivo, segundo Delcídio, seria maquiar dados que pudessem
revelar esquema semelhante ao Mensalão sendo operado pelo publicitário
Marcos Valério na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, em benefício
do então governador Aécio Neves e de seu vice, Clésio de Andrade.
Ao pedir o arquivamento do inquérito, Raquel Dodge argumenta que “a
autoridade policial não recolheu provas ou elementos de convicção
suficientes para corroborar as declarações do colaborador e permitir a
instauração da ação penal”.
“Além disso, ante o tempo decorrido desde o ano 2005, quando os fatos
teriam ocorrido, a autoridade policial não vislumbra outras diligências
que lhe permitam elucidar os fatos e sua autoria, além das diversas
medidas já adotadas, que eram potencialmente úteis ao avanço da
apuração, mas não desvendaram os fatos em sua inteireza”, acrescentou a
PGR.
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