O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um apelo, em carta
divulgada nesta quarta-feira, por união em torno do nome do candidato do
PT à Presidência, Fernando Haddad, contra a "ameaça fascista"
representada, segundo ele, pela candidatura de Jair Bolsonaro (PSL).
Lula abre mais uma das cartas escritas de Curitiba, onde está preso há
seis meses, afirmando que o país chega ao final das eleições sob o risco
de um enorme retrocesso, e diz que é o momento de “unir o povo, os
democratas, todos e todas" em torno da candidatura de Haddad e defender a
democracia.
“Neste momento em que uma ameaça fascista paira sobre o Brasil, quero
chamar todos e todas que defendem a democracia a se juntar ao nosso povo
mais sofrido, aos trabalhadores da cidade e do campo, à sociedade civil
organizada, para defender o Estado Democrático de Direito”, escreveu o
ex-presidente.
“Neste momento, acima de tudo está o futuro do país, da democracia e do
nosso povo. É hora de votar em Fernando Haddad, que representa a
sobrevivência do pacto democrático, sem medo e sem vacilações”.
Segundo Lula, as divergências políticas devem ser decididas por meio
de debate, dos argumentos e do voto, mas o país não tem o direito de
abandonar o pacto social da Constituição de 1988, que marcou a volta da
democracia.
“Não podemos deixar que o desespero leve o Brasil na
direção de uma aventura fascista, como já vimos acontecer em outros
países ao longo da história”, afirmou.
Lula está preso desde 7 de
abril em Curitiba, depois de ter sido condenado em segunda instância
por lavagem de dinheiro e corrupção passiva no âmbito da operação Lava
Jato. O ex-presidente nega ter cometido qualquer crime.
Na carta,
Lula se defende mais uma vez das acusações, defende seu legado e diz
saber que seu governo contrariou interesses e por isso tentam
“reescrever a história” e destruir a imagem do PT, mas que a população
ainda confia no projeto do partido.
Lula pretendia ser o
candidato do PT nessas eleições e aparecia em primeiro lugar em todas as
pesquisas de intenção de voto, mas teve seu registro negado pelo
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por ter sido enquadrado na Lei da
Ficha Limpa, e foi então substituído por Haddad.
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