A Polícia Civil do Paraná informou ter avançado na identificação de cinco pessoas
suspeitas de ligação com as agressões a um jovem, na noite de terça-feira (9), nas dependências da Universidade Federal do Paraná
(UFPR), em Curitiba.
Até o momento, as autoridades policiais já reconheceram os suspeitos em contas cadastradas nas redes sociais e trabalham para obter dados complementares, como nome completo, telefone e endereço, para que possam intimá-las formalmente.
Até o momento, as autoridades policiais já reconheceram os suspeitos em contas cadastradas nas redes sociais e trabalham para obter dados complementares, como nome completo, telefone e endereço, para que possam intimá-las formalmente.
De acordo com a polícia, todos são membros do Império Alviverde,
torcida organizada do Coritiba, clube de futebol paranaense. "Todos eles
foram identificados através da mídia social em torno da torcida
organizada. Portanto, são integrantes dessa torcida organizada", afirmou
Luiz Alberto Cartaxo Moura, titular da Delegacia de Homicídios e
Proteção à Pessoa (DHPP), onde o inquérito relativo ao caso foi
registrado e tramitará.
Cada um deles será intimado pela corporação e, caso tenha a
identidade confirmada pela vítima, será indiciado e poderá responder por
lesão corporal. Segundo Moura, o nível de gravidade da lesão, porém,
ainda será definido, conforme a recuperação da vítima e o laudo emitido
pelo Instituto MédicoLegal (IML). Se a lesão for considerada leve, o
processo poderá correr em um juizado especial.
A linha de investigação, explicou Moura, irá considerar três
hipóteses: a de "simples rixa entre pessoas na rua", a de um conflito
provocado entre torcidas de futebol rivais e a de confronto originado
por divergências político-ideológicas. Se a conclusão for de que o crime
aconteceu em um contexto de hostilidade entre torcedores, a Demaf
[Delegacia Móvel de Atendimento ao Futebol e Grandes Eventos] deverá
auxiliar na investigação dos fatos. "Se houver clima de concorrência
eleitoral, será comunicado ao TRE [Tribunal Regional Eleitoral]",
acrescentou.
A avaliação do delegado é de que o acontecimento não tem "tanta
relevância", salvo se for uma ação de torcida organizada, porque aí já é
um crime mais complexo. "Se for uma questão de discussão política, pode
acontecer em qualquer bar", disse Moura, ressaltando que "toda
violência é inaceitável".
O delegado informou ainda que, além do boné do Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a vítima usava, no momento do
ataque, uma camiseta vermelha com uma estampa alusiva a Henfil, nome
artístico do jornalista, escritor e cartunista Henrique de Souza
Filho, que se tornou conhecido por fazer críticas ao regime militar e à
ditadura no Brasil.
De acordo com Moura, mais de uma testemunha alegou ter ouvido brados dos agressores em favor do candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, durante o espancamento do rapaz. Ao menos cinco pessoas prestaram depoimento após presenciar as agressões.
De acordo com Moura, mais de uma testemunha alegou ter ouvido brados dos agressores em favor do candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, durante o espancamento do rapaz. Ao menos cinco pessoas prestaram depoimento após presenciar as agressões.
"Isso não está perfeitamente esclarecido ainda pelas testemunhas, mas
ouviram essas frases, ditas pelos agressores durante as agressões. Nós
vamos ter que apurar se isso efetivamente ocorreu, qual é, efetivamente,
essa motivação. E, qualquer que seja ela, o crime será apurado com o
maior rigor possível", declarou o delegado.
A Polícia Civil retificou a informação de que a vítima é estudante da
UFPR, esclarecendo que se trata, na realidade, de um servidor público
municipal que frequenta regularmente a Casa da Estudante Universitária,
local onde as investidas contra ele teriam se iniciado, conforme alegou a
agentes da Polícia Militar do estado. Via Agência Brasil.
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