Que Bolsonaro não mede as palavras na hora de dar uma opinião, todos
já sabem. Mas, nos últimos 14 dias, o presidente parece ter
intensificado sua metralhadora giratória. Tudo bem que o próprio já
havia pedido desculpas por suas “caneladas”, ao dizer que nasceu para
ser militar e não presidente. Pois as caneladas de Bolsonaro não param.
A última e uma das que mais causaram indignação até agora foi
aplicada na segunda-feira, quando ele afirmou que se o presidente da
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, quisesse saber o
que havia acontecido com o seu pai, Fernando Santa Cruz, ele contaria.
De acordo com documentos oficiais, Fernando foi morto pela ditadura
militar. Bolsonaro, contudo, afirmou que o jovem de 26 anos, na época,
foi assassinado por um grupo de esquerda.
Ontem, Bolsonaro contestou o trabalho da Comissão Nacional da
Verdade, que apura violações dos direitos humanos no período da ditadura
militar. Apesar de um registro secreto da Aeronáutica datado de 1978
sobre a prisão de Fernando e um atestado de óbito aponta que ele foi
morto “pelo Estado brasileiro”, ele insistiu que não existem documentos
sobre a morte do pai de Felipe:
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