A Receita Federal informou nesta segunda, 23, que o acordo que o
Brasil e a Suíça assinaram para o intercambio de informações entrará em
vigor a partir da aprovação do acordo no Congresso e valerá para as
obrigações tributárias a partir de 1º de janeiro do ano seguinte ao de
sua entrada em vigor.
De acordo com o secretário da Receita, Jorge Rachid, o acordo é um
importante passo para o processo de troca de informações e diz respeito,
especialmente, ao Imposto de Renda.
Os países poderão trocar informações relativas aos tributos
administrados pela Receita Federal e àqueles existentes na Suíça nos
três níveis de governo (federal, cantonal e comunal), no interesse da
administração e para cumprimento das respectivas leis internas
referentes aos tributos abrangidos. A troca de informações ocorrerá
através de uma relação direta entre os dois Fiscos.
Segundo a Receita, a formulação de um pedido de informação deverá
obedecer a regras estritas, com fundamentos sólidos e o sigilo fiscal
está protegido por regras em linha com acordos da mesma espécie.
O embaixador da Suíça no Brasil, André Regli, afirmou que o país
europeu não precisa de dinheiro ilegal e ressaltou a importância do
acordo. “A Suíça não quer e não precisa receber dinheiro ilegal”, disse.
O secretário da Receita evitou fazer relações entre o acordo e a
operação Lava-Jato e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que tem
contas no País. “Começamos essa negociação há 2 anos para fechamento
deste texto e não tem efeito anterior direto”, disse Rachid.
O embaixador Christoph Schelling, do departamento Federal de Finanças da Suíça, afirmou estar satisfeito com a negociação.
O secretário ressaltou ainda que essa medida de cooperação entre os
países já funciona entre o Brasil e os Estados Unidos. Para aprovação do
acordo com o país norte-americano, o Congresso brasileiro levou 5 anos
analisando a matéria. O acordo, que já está em vigor, foi o ponto de
partida para uma cooperação maior entre os países.
O Congresso está analisando ainda acordos semelhantes do Brasil com
Bermudas, Guernsey, Ilhas Cayman, Jamaica, Jersey, Reino Unido e
Uruguai. A apreciação de acordos com este teor acontece em 3 comissões
na Câmara e 3 comissões no Senado além do plenário das casas.
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