A avenida Paulista já está fechada nos
dois sentidos por manifestantes que participarão do ato de apoio ao
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e contrários ao impeachment da
presidente Dilma Rousseff, marcado para começar às 16 horas desta
sexta-feira (18), em frente ao Masp. Um caminhão de som tocando “Lula
lá”, jingle de campanhas antigas do petista, marcou o fechamento dos
dois sentidos da via, entre as ruas Pamplona e Peixoto Gomide. A
interrupção do trânsito foi autorizada pela Polícia Militar.
A assessoria de imprensa do
ex-presidente Lula disse que o petista ainda avalia se participará do
ato. Lula analisaria as condições de segurança para participar, já que
os ânimos nas ruas estão acirrados. Mais cedo, por volta das 12 horas, o
presidente estadual do PT, Emídio de Souza, confirmou que Lula iria. No
início da semana, o presidente Nacional do PT, Rui Falcão, também
afirmava que Lula participaria.
No início da tarde, o clima esquentou em
um restaurante próximo ao local da manifestação. Participantes do ato
favorável à presidente Dilma e ao ex-presidente Lula que almoçavam no
local foram hostilizados por um grupo de jovens, na esquina da Avenida
Paulista com a Alameda Casa Branca. Os agressores tentaram intimidar
dois fotógrafos que registraram o princípio de confusão. “Se você
publicar essa foto eu vou atrás de você”, disse um deles. Em seguida os
jovens foram embora.
Apesar do incidente, o tenente-coronel
Henrique Motta, que comandou a Polícia Militar nos atos do Movimento
Passe Livre (MPL) em janeiro deste ano, garantiu a segurança da
manifestação. “Está dentro da mais absoluta tranquilidade. Eles vão
ficar parados e espero que tudo termine bem”, disse.
Uma faixa com o texto “Somos Todos
Dilma” foi uma das primeiras manifestações a ser colocada na calçada em
frente ao Masp. Além de defender o legado do PT no governo e repudiar o
que chamam de violação da democracia, os manifestantes carregam cartazes
com pedidos de investigação e responsabilização pela tragédia na boate
Kiss, em Santa Maria (RS), frases sobre a luta antimanicomial e a
diversidade de gênero.
Organizadores do ato informaram que a
Gaviões da Fiel confirmou presença na manifestação. O alvo da torcida
organizada é o presidente da Assembleia Legislativa, Fernando Capez
(PSDB), suspeito de envolvimento com a máfia das merendas.
Os manifestantes pró-Dilma iniciaram a
concentração por volta das 10 horas, cerca de uma hora depois da tropa
de choque da PM dispersar manifestantes que pedem o impeachment da
presidente. Às 9 horas, a polícia usou jatos d’água e bombas de efeito
moral para dispersar manifestantes contrários ao governo Dilma Rousseff,
que acampavam e interditavam a Avenida Paulista desde a noite de
quarta-feira.
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