Dizem que misturar
amizade e família com negócios pode ser arriscado. Mas a realidade
brasileira mostra que 68% dos pequenos negócios reúnem parentes nos
papéis de sócios, empregados ou colaboradores. A conclusão foi obtida em
estudo inédito produzido pelo Sebrae Nacional.
A pesquisa considerou empresas familiares aquelas em que pai, mãe, avô,
avó, filho(a), sobrinho(a), neto(a) ou cunhado(a) atuam como sócios,
empregados ou colaboradores, com ou sem carteira assinada.
Os microempreendedores
individuais também participaram da pesquisa, mas como o mais comum é que
esses empreendedores trabalhem sozinhos, apenas 38% deles têm parentes
envolvidos no negócio. No entanto, mesmo quando os MEI são
contabilizados, a média em todas as regiões brasileiras fica acima de
50% de pequenos negócios nos quais membros da família trabalham juntos.
Nas empresas de pequeno porte – com faturamento anual entre R$ 360 mil e
R$ 3,6 milhões – esse índice chega a 71%.
“O estudo mostra que as
micro e pequenas empresas são a fonte de sustento de muitas famílias, o
que só demonstra a necessidade de implementarmos cada vez mais
políticas públicas que incentivem o crescimento desses negócios”, afirma
o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos.
Dicas para o sucesso na empresa familiar:
– remunere o integrante da família como qualquer pessoa de mercado, nem a mais e nem a menos;
– seja rigoroso na cobrança do cumprimento das funções, não pode haver privilégios;
– filho, marido ou esposa devem receber as mesmas capacitações dos demais colaboradores;
– a sucessão familiar
nos negócios deve ser bem analisada. Não é porque o pai ama a empresa
que o filho necessariamente terá o mesmo empenho e interesse;
– para implantar uma
sucessão de sucesso, cabe verificar se o filho/neto compartilha da mesma
paixão pelo negócio e vai transformar o interesse em gestão
profissionalizada;
– empresas familiares
com modelo de gestão complementar, com sócios em funções que se
complementam, tendem a apresentar mais sucesso. Na sociedade entre pai e
filho, não se pode transferir a hierarquia doméstica para o negócio.
Dentro da empresa, se o filho se mostrar mais competente e capacitado,
manda o filho.
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