Articula-se no eixo
Congresso—Planalto—STF o adiamento da decisão sobre foro privilegiado.
Urdido em segredo, o plano foi esboçado em três estágios.
Eis o primeiro lance: nos próximos dias,
o Senado se esforcará para aprovar em segundo turno a emenda
constitucional que extingue o foro especial para autoridades e
parlamentares.
O segundo lance ocorreria em 31 de maio.
Nesse dia, escorando-se no fato de que o Congresso já se ocupa do tema,
uma das 11 togas que integram o plenário da Corte pediria vista do
processo que pode resultar na restrição da abrangência do foro
privilegiado. Com isso, a deliberação seria adiada por tempo
indeterminado.
Relator do caso, o ministro Luís Roberto
Roberto Barroso defende que o Supremo passe a julgar congressistas e
ministros apenas por crimes cometidos durante e em razão do excercício
do cargo. Prevalecendo essa posição, desceriam para a primeira
instância, por exemplo, o grosso dos processos relacionados à Lava Jato.
O último lance da trama se desenrolaria
na Câmara. Ali, a emenda constitucional que o Senado planeja aprovar
seria cozinhada em banho-maria. Assim, todos se mexeriam para que nada
saísse do lugar.
O sucesso da trama depende do segredo.
Todos negam a existência do plano. Ou quase todos. O blog expõe o que
vem sendo trançado nos porões de Brasília graças a um observador que
desaprova a movimentação.
Incomodada, essa testemunha Ilumina a
cena na expectativa de constranger o ministro do Supremo que já
sinalizou, entre quatro paredes, a disposição para prestar aos
investigados o favor de pedir vista do processo que pode transformá-los
em matéria-prima para sentenças de juízes como Sergio Moro.
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