A importância da preservação dos fortes militares como patrimônio
mundial é o tema do Encontro Internacional de Fortificações e Patrimônio
Militar (Icofort, da sigla em inglês), que começou hoje (6) no Forte
Duque de Caxias, no Leme, zona sul do Rio de Janeiro. Até quarta-feira
(8), serão apresentadas e debatidas experiências de gestão, inovação,
memória e uso turístico e cultural de fortificações do Japão, Argentina,
Uruguai, Peru, México, Jamaica, Espanha e Itália, além de vários
estados brasileiros.
Esta é a primeira vez que o encontro
científico ocorre no Brasil e decorre do interesse apresentado em 2015
para a candidatura do conjunto de 19 fortificações brasileiras como
Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura (Unesco).
O encontro é organizado pelo
Laboratório de Tecnologia e Desenvolvimento Social (LTDS) do Instituto
Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe-UFRJ), em parceria com o
Icofort, Conselho Internacional de Monumentos e Sítio (Icomos, da sigla
em inglês), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq) e Exército Brasileiro.
Na mesa de abertura do
evento, o coordenador do LTDS, professor Roberto Bartholo, disse que
muito já foi feito no sentido de preservar as fortificações militares no
Brasil e no mundo, por instituições de diversos tipos, tanto públicas
como não governamentais, e explicou a importância de se preservar esses
monumentos.
“As fortalezas históricas podem ser vulneráveis
porque a memória tem um risco e o risco da memória é o esquecimento.
Eventos como esse são muito importante para que não sejamos
desmemoriados e para que possamos fazer da nossa memória um compromisso.
E que essa rede que hoje está aqui se desdobre rumo ao futuro”, disse
Bartholo.
Segundo o Coppe, no Brasil existem cerca de mil
fortificações em diferentes estados de preservação, entre edificadas e
em uso, mesmo que não militares, ruínas ou resquício arqueológico. Para a
presidente do Icofort, Milagre Flores, o encontro no Rio de Janeiro é
fundamental para compartilhar o conhecimento acumulado sobre o tema.
“Viemos
aqui aprender sobre tantos projetos, tantas fortalezas que não teríamos
conhecimento sobre o que estão fazendo e como estão sendo geridas.
Estamos aqui em um curso intensivo de três dias para aprender e
sobretudo para compartilhar todas essas informações importantes e
sairemos daqui com muito mais conhecimentos sobre a situação das
fortificações a nível mundial, porque esse não é um assunto apenas do
Brasil, mas também para países distantes que também têm esse patrimônio
tão importante”, disse Milagre Flores.
Na abertura do evento foi
assinado um acordo de cooperação científica entre o Icofort e o LTDS,
para a troca de informações, organização de eventos e publicação de
artigos em prol da preservação e do uso sustentável dessas edificações.
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