A BRF, uma das maiores empresas de alimento do mundo, dona de marcas
como Sadia, Perdigão e Qualy, é o principal alvo da 3ª fase da Operação
Carne Fraca, deflagrada hoje (5) pela Polícia Federal (PF). O grupo é
investigado por fraudar resultados de análises laboratoriais
relacionados à contaminação pela bactérias Salmonella pullorum.
As fraudes foram constatadas entre 2012 e 2015. Onze pessoas tiveram
mandado de prisão decretado, entre elas ex-executivos do grupo.
Segundo
o delegado da PF, Maurício Boscardi Grillo, as planilhas e laudos
técnicos eram modificados e os resultados finais adulterados eram
entregues ao Serviço de Inspeção Federal (SIF), para impedir que o
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) fiscalizasse a
qualidade do processo industrial das plantas (frigrorífico ou
abatedouro) da BRF. A presença e quantidade real da salmonela foram
omitidas em alguns casos.
A ração oferecida ao frango antes do
abate também era objeto de fraude, de acordo com o delegado. Grillo
conta que muitas provas surgiram após as fases anteriores da Carne Fraca
e trocas de e-mails bastante consistentes entre executivos e
funcionários do controle de qualidade comprovam o esquema de fraude, que
era parte da "estratégia da empresa". “Existe um cronograma da operação
que começa nas granjas dos cooperados da empresa, onde existe a
contaminação. Passa-se, então, para as plantas frigoríficas e depois
para a análise laboratorial”, disse Grillo.
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