A presidente do Supremo Tribunal Federal
(STF), ministra Cármen Lúcia, disse hoje (8) que o Dia Internacional da
Mulher é um dia de reflexão sobre o que fazer para combater a violência
contra a mulher. A manifestação da ministra foi motivada pelas
homenagens recebidas pelos colegas durante a sessão da Corte.
Na sessão desta tarde, Cármen Lúcia citou
casos que acompanhou no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão que
também preside, onde ouviu relatos de mulheres que foram espancadas por
seus companheiros por decidirem terminar o relacionamento. A ministra
também citou uma situação vivida por uma juíza de uma vara de violência
doméstica em São Paulo que foi agredida por um homem após decretar
medidas protetivas contra ele com base na Lei Maria da Penha.
Aos colegas, a ministra disse que os
tempos atuais mostram como as mulheres estão sofrendo. “Leio Dostoevsky
desde os 14 anos de idade, e nunca li nada do que tenho lido nos
processos que todos nós juízes leem, mas certamente a leitura que nós
fazemos hoje da vida é muito diferente, até pela solidariedade, que
ainda é muito rara com as mulheres. Continuamos sendo seres vulneráveis,
seres que respondem por esta vulnerabilidade por uma única
circunstância, somos mulheres. Ninguém reagiria, talvez, com a violência
de tentar, com um pedaço de pau, dizer que você não passa de um bicho
e, por isso, merece morrer como tal”, disse a ministra.
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