Pesquisa do Serviço de Proteção ao
Crédito Brasil (SPC) aponta que apenas 18,4% dos brasileiros estão com
as contas no azul, com sobra de recursos para consumir ou fazer
investimentos. De acordo com o levantamento, divulgado hoje (7), 40,1%
dos entrevistados apontam estar no “zero a zero”, sem sobra e nem falta
de recursos. Já 37,9% assumiram estar no vermelho e não conseguir pagar
todas as contas com a renda que possuem. Os demais não souberam opinar.
Segundo os entrevistados, as principais
razões para estarem no vermelho foram os preços altos e a dificuldade de
pagar as contas (53,8%); a redução da renda (26,7%); a perda do emprego
(18,2%); e a perda de controle dos gastos (12,2%). O levantamento foi
feito no último mês de fevereiro.
“Os dados acerca da situação financeira
dos consumidores são bastante claros ao mostrar que, apesar de a
economia ter iniciado um processo de recuperação, muitas famílias ainda
estão em situação de aperto. Justamente esses casos demandam mais
cuidado no uso do crédito, pois o acesso irrestrito e o uso irrefletido
das modalidades disponíveis pode agravar ainda mais a situação”,
destacou a nota do SPC.
De acordo com o órgão, quase a metade
(49,4%) dos consumidores manifestaram a intenção de reduzir gastos no
orçamento. Apenas 8,4% disseram que planejavam aumentar o valor de suas
compras. Para 40,4%, os gastos devem se manter estáveis. Os demais não
souberam opinar. Segundo o levantamento, apesar de a inflação estar sob
controle, os preços elevados dos produtos (37%) foi a principal razão
apontada para a contenção de gastos, seguido da busca constante por
economizar (25%) e do desemprego (19%).
A pesquisa revelou ainda que 22% dos
brasileiros tiveram crédito negado em janeiro – último mês com dados
disponíveis – ao tentarem parcelar uma compra em estabelecimentos
comerciais ou contratar serviços a prazo. Segundo o levantamento, a
falta de comprovação ou insuficiente de renda (36%) e as restrições ao
CPF (31%) em virtude da inadimplência, foram as principais razões para a
negativa.
“Com a renda do brasileiro menor, a
análise de crédito tornou-se mais criteriosa para evitar a inadimplência
e as concessões caíram ao longo do período mais severo da recessão.
Somente agora o crédito começa a recuperar-se, mas é prudente que haja
controle e critérios sobre a liberação de crédito por parte das
instituições e que o consumidor se mantenha cauteloso antes de se
endividar”, disse o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior.
A pesquisa, realizada em fevereiro,
abrange 12 capitais das cinco regiões brasileiras: São Paulo, Rio de
Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Recife, Salvador,
Fortaleza, Brasília, Goiânia, Manaus e Belém. A amostra, de 800 casos,
foi composta por pessoas com idade superior ou igual a 18 anos, de ambos
os sexos e de todas as classes sociais. A margem de erro é de 3,5
pontos percentuais.
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