A greve dos vigilantes já dura 12 dias. O
transtorno piora na medida em que a população recebe o salário do mês e
os vencimentos das faturas chegam. Já que quem vai ao banco para
resolver as pendências esbarra na falta de segurança, fator que trava o
funcionamento normal das agências.
Atualmente, os bancários desempenham
apenas funções internas, o que, conforme dito em nota pela Federação das
Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (Fiern) e pela Federação do
Comércio do RN (Fecomercio), tem “trazido enormes transtornos e
prejuízos à sociedade”. O Portal No Ar foi até a agência do Banco do
Brasil na Cidade Alta, na Zona Leste de Natal, e encontrou pessoas que
sofrem com esses problemas.
Prejudicado, o agente de saúde José Ramos
reclama da dificuldade em fazer as operações desde o início do
movimento grevista. “Não estamos conseguindo resolver problemas
internos. Se você quer pagar algum carnê ou resolver algum problema,
você vai ter que esperar acabar a greve. Espero que se resolva o quanto
antes”, destacou.
O aposentado Rinaldo Melo faz críticas
mais duras à greve dos vigilantes. “O movimento é errado porque um país
que tem milhões de habitantes não pode ser dominado por meia dúzia de
gente”, bradou.
Melo ainda relatou as complicações para
fazer as transações bancárias. “Se você quiser tirar mais de R$ 3 mil
não tem como. Se você tem contas para pagar, tem o dinheiro no banco,
mas não pode tirar, as dificuldades aparecem”, finalizou.
O também aposentado Edmilson Coelho não
se mostrou contente com a falta da quantidade mínima de vigilantes no
trabalho. “O que chateia é que eles não cumpriram a quantidade mínima de
gente trabalhando”, posicionou-se.
Esse, inclusive, foi um dos assuntos
esclarecidos em reunião nesta sexta-feira (9) entre o Sindicato das
Empresas de Segurança Privada do Rio Grande do Norte (Sindesp-RN), o
Banco do Brasil e o Procon-RN, órgão de defesa do consumidor.
Em nota, o Sindesp-RN reafirmou que não é
possível abrir as agências sem segurança. O órgão também informou que
não conseguiu convidar o Sindicato Intermunicipal dos Vigilantes do Rio
Grande do Norte (Sindsegur), pois a sede da instituição se encontrava
fechada.
Nessa quinta-feira, 8, os vigilantes
entraram com pedido de dissídio coletivo – que ocorre quando as
negociações são encerradas – junto ao Tribunal Regional do Trabalho
(TRT). A categoria pede reajuste salarial de 3% acima da inflação, além
da garantia de todos os direitos na Convenção Coletiva de Trabalho
(CCT).
A primeira audiência no TRT será na
próxima terça-feira, dia 13. O Sindicato das Empresas diz que “continua
aberto para negociar com o Sindicato laboral dentro da legislação em
vigor, como sempre esteve”.
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