Liderados pelo Brasil, representantes de países africanos, da América
Latina e do Caribe estão preparando a Declaração das Nações Unidas
sobre Direito dos Afrodescendentes. De acordo com o secretário nacional
de Promoção da Igualdade Racial, Juvenal Araújo, a inciativa faz parte
da implementação da Década Internacional de Afrodescendentes. “Estamos
dialogando para que essa declaração possa ser promulgada pelas Nações
Unidas o mais breve possível”, disse.
O grupo deve se reunir em
setembro para discutir os pontos da declaração. Com a Década
Internacional de Afrodescendentes, entre 2015 e 2024, as Nações Unidas
querem destacar a importante contribuição dada pelos afrodescendentes
para a sociedade e propor medidas concretas para promover a sua plena
inclusão, o combate ao racismo, à discriminação racial, à xenofobia e à
intolerância.
Outra ação do Brasil, dentro dos compromissos da Década
Internacional, será a 4ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade
Racial (IV Conapir), que será realizada entre os dias 27 e 30 de maio em
Brasília. “Estamos ativos para que essa década seja representativa”,
ressaltou Araújo.
O secretário participou hoje (6) do programa Por Dentro do Governo, da TV NBR.
“Vemos
o racismo latente no país e ele não é tratado como crime na sua
punição”, disse Araújo. Para ele, uma das formas seria o endurecimento
das penas para racismo no âmbito de Judiciário. “Precisamos de penas
mais duras para que possam refletir sobre o tamanho da agressão que é a
discriminação racial. A pessoa que sofre o racismo sente que o agressor a
cada dia se torna mais impune”.
Os crimes resultantes de
discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou
procedência nacional estão previstos na Lei 7.716/1989 e são punidos com
penas de um a cinco anos e multa.
“Infelizmente, tivemos mais de
300 anos de escravidão no Brasil e 130 anos que dizem que houve a
abolição da escravatura. A invisibilidade relativa ao negro é grande,
principalmente nas oportunidades. Nós só venceremos o racismo por meio
de políticas públicas efetivas e permanentes”, afirmou. “Somos iguais
perante a lei, a cor da pele não pode continuar nos separando”,
acrescentou Araújo.
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