A retração do setor de infraestrutura verificada na Pesquisa Anual Indústria da Construção
2016 (Paic), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
divulgada ontem (8), não surpreendeu empresários do setor. O presidente
do Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada (Sinicon),
Evaristo Pinheiro, disse à Agência Brasil que já vinha alertando a
sociedade e o governo federal sobre esse quadro e avalia que os
principais responsáveis são a crise fiscal do país e a insegurança
jurídica para investidores.
“A gente teve um pico histórico de faturamento em 2014. O foco da
pesquisa do IBGE é de 2015 para cá, mas o pico mesmo de faturamento foi
2014. De lá pra cá, nós perdemos, só na infraestrutura de construção
pesada, mais de 600 mil empregos. Isso equivale a voltar ao mesmo nível
de emprego de 2007. Ou seja, 11 anos para trás”, apontou. Ele destaca
que isso representa 5% do desemprego gerado no Brasil nesse período e
que se fossem considerados os empregos indiretos, tendo em vista que se
trata de uma cadeia de ponta, o número seria ainda maior.
Os dados da pesquisa indicam que, entre 2007 e 2016, houve uma queda
da participação das obras de infraestrutura no valor da indústria de
construção, que passaram de 45,6% em 2007 para 29,5%. Por outro lado,
cresceu a participação da construção de edifícios (de 39,7% para 45,9%);
e dos serviços especializados (de 19% para 24,6%).
Nenhum comentário:
Postar um comentário