sábado, junho 09, 2018

Setor de construção aposta em austeridade para melhorar investimentos

A retração do setor de infraestrutura verificada na Pesquisa Anual Indústria da Construção 2016 (Paic), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada ontem (8), não surpreendeu empresários do setor. O presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada (Sinicon), Evaristo Pinheiro, disse à Agência Brasil que já vinha alertando a sociedade e o governo federal sobre esse quadro e avalia que os principais responsáveis são a crise fiscal do país e a insegurança jurídica para investidores.

“A gente teve um pico histórico de faturamento em 2014. O foco da pesquisa do IBGE é de 2015 para cá, mas o pico mesmo de faturamento foi 2014. De lá pra cá, nós perdemos, só na infraestrutura de construção pesada, mais de 600 mil empregos. Isso equivale a voltar ao mesmo nível de emprego de 2007. Ou seja, 11 anos para trás”, apontou. Ele destaca que isso representa 5% do desemprego gerado no Brasil nesse período e que se fossem considerados os empregos indiretos, tendo em vista que se trata de uma cadeia de ponta, o número seria ainda maior.

Os dados da pesquisa indicam que, entre 2007 e 2016, houve uma queda da participação das obras de infraestrutura no valor da indústria de construção, que passaram de 45,6% em 2007 para 29,5%. Por outro lado, cresceu a participação da construção de edifícios (de 39,7% para 45,9%); e dos serviços especializados (de 19% para 24,6%).

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