A audiência pública que discutiria hoje (8), em São Paulo, a proposta
para a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do ensino médio teve que
ser cancelada devido a manifestações de professores e estudantes
contrários à proposta do Ministério da Educação (MEC). A reunião
foi organizada pelo Conselho Nacional de Educação (CNE).
Apresentada pelo MEC em abril, a proposta está explicada um site, no
qual se afirma que a construção do projeto é democrática e envolveu
educadores e sociedade. “O que aconteceu hoje aqui em São Paulo acende
uma luz amarela, no meu modo de entender, a respeito dos procedimentos
de elaboração dessa Base Nacional Comum Curricular, que, quero dizer
também, ela está profundamente interligada com as questões da lei da
reforma de ensino médio”, disse César Callegari, que integra o CNE e
preside a comissão responsável pela elaboração da proposta.
A proposta do governo organiza a o currículo do ensino médio por
áreas do conhecimento: linguagens, matemática, ciências da natureza e
ciências humanas. Apenas as disciplinas de língua portuguesa e
matemática aparecem como componentes curriculares, ou seja, disciplinas
obrigatórias para os três anos do ensino médio. As alterações são alvo
de crítica de professores e estudantes que se manifestaram no local em
que seria realizada a audiência.
“Nosso papel no conselho é ampliar essa discussão. Nós entendemos
como legítimas as manifestações, inclusive as que aconteceram hoje aqui
em São Paulo, que mostra que tem setores relevantes no país que estão
preocupados e querendo ser ouvidos e tudo o mais. Então nosso papel
agora é ter antenas ligadas sobre o que querem dizer os diferentes
setores da educação brasileira”, acrescentou Callegari.
Em nota, o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de
São Paulo (Apeosp) disse que as mudanças vão provocar um “apartheid
educacional” no Brasil. Segundo a categoria, com exigências tão mínimas,
o resultado pode ser escolas boas para quem pode pagar e escolas ruins
para alunos da rede pública. Segundo a nota, a audiência pública seria
uma forma de legitimar a aprovação da BNCC dentro do Conselho Nacional
de Educação.
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