O Brasil aumentou a porcentagem de crianças e adolescentes na escola,
mas ainda precisa incluir pelo menos 1,95 milhão de pessoas entre 4 e
17 anos nos sistemas de ensino. Por lei, até 2016, o país teria que
universalizar a pré-escola e o ensino médio. As metas, no entanto, não
foram cumpridas, de acordo com o relatório do 2º Ciclo de Monitoramento
das Metas do Plano Nacional de Educação (PNE), divulgado hoje (7) pelo
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
(Inep).
Na pré-escola, que atende crianças de 4 e 5 anos, 91,5% delas estavam
matriculadas em 2016. Em 2014, quando o PNE começou a vigorar, a
porcentagem de atendimento era 89,1% e havia 604 mil crianças fora da
escola. Em 2016, esse número caiu para 450 mil. Os dados de 2017 ainda
não estão disponíveis neste segmento de ensino.
O PNE, sancionado por lei em 2014, estabelece metas e estratégias
para melhorar a educação desde o ensino infantil até a pós-graduação. O
plano deve ser integralmente cumprido até 2024, mas até lá estão
previstos dispositivos intermediários que viabilizarão a execução da
lei. O prazo para a universalização tanto da pré-escola quanto do ensino
médio terminou em 2016. Caso a tendência de crescimento do Brasil se
mantenha, o relatório aponta que a meta será cumprida entre 2018 e 2020.
O país teria que universalizar também o atendimento dos estudantes de
15 a 17 anos, que deveriam estar cursando o ensino médio – muitos estão
ainda no ensino fundamental. Nessa faixa etária, o atendimento chegou a
91,3% em 2017 – 900 mil estão fora da escola e não concluíram o ensino
básico.
Diferentemente da educação infantil, em que a oferta é o maior
entrave para a inclusão, entre os adolescentes, o que predomina nessa
faixa é o abandono escolar. “Esses adolescentes frequentaram a escola e
se evadiram em algum momento da trajetória escolar. Parte daqueles que
estão na escola acaba abandonando antes do término do ano letivo”,
informa o relatório.
O texto mostra ainda diferenças significativas entre adolescentes
dependendo da cor e da renda familiar. Enquanto 93,2% dos autodeclarados
brancos frequentam a escola; entre os negros, essa porcentagem é 90,2%.
Entre os 25% mais ricos, 94,9% estão matriculados. Já entre os 25% mais
pobres, 80,7%. “As diferenças relacionadas à renda e raça não
apresentaram redução no período mais recente, havendo risco de
permanecerem até o fim da vigência do PNE”, alerta.
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