A Promotoria de Justiça de Cuité ajuizou uma ação civil pública
contra as empresas “Comprove Eletro” (conhecida como “Comprove Motos”) e
suas responsáveis, Silandia de Alcântara Sousa Costa e Valdelânia Maria
Araújo Gonçalves; contra a empresa “Moto Show da Sorte” e sua
responsável, Cristina de Araújo Gonçalo; contra a empresa “Moto Show” e
seu responsável, Iranildo da Silva Santos, e contra a empresa “Kita
Motos” e seu responsável, Niel Ferreira da Silva. Eles são acusados de
praticar atividade fraudulenta contra a economia popular, através da
famosa “venda premiada” de motos, que na prática consistia em pirâmide
financeira e golpes contra inúmeros consumidores nos municípios de Cuité
e Nova Floresta.
Conforme explicou o promotor de Justiça Dennys Carneiro Rocha dos
Santos, 60 consumidores recorreram ao Ministério Público porque foram
prejudicados por essa situação. A fraude ocorria porque as empresas
simulavam consórcios, em que os clientes pagavam parcelas mensais,
havendo no mesmo período, a promessa da realização de sorteios. Quem era
sorteado, recebia a moto e deixava de pagar a dívida e outro consumidor
era inserido no grupo. Era essa sistemática que configurava a prática
da pirâmide financeira, que é proibida e considerada crime no Brasil. “A
ausência de um patrimônio garantidor por parte das empresas faz com que
a atividade econômica dos grupos dependa sempre da entrada de mais
consumidores e é isso que caracteriza a tenebrosa ‘fraude da pirâmide’. A
ação civil pública visa proteger o bom funcionamento do sistema
financeiro nacional, a economia e a poupança popular, os interesses dos
consumidores e a fé pública”, argumentou.
De acordo com as investigações da promotoria, a primeira empresa a
iniciar as fraudes foi a “Comprove Eletro”, que atraiu diversos
consumidores com a propaganda “Sorteou, quitou”. Com seu fechamento,
surgiu em seu lugar a empresa “Moto Show”. As outras duas empresas foram
criadas, uma substituindo a outra, sem que houvesse nenhum
esclarecimento aos consumidores sobre essas substituições. “Quando uma
pirâmide estava prestes a ‘quebrar’, outra empresa entrava no lugar,
continuava a realizar as fraudes e os consumidores continuavam efetuando
os pagamentos, na esperança de, pelo menos, até o final das parcelas
conseguir comprar um veículo. Entretanto, o último sorteado foi em
dezembro de 2016, não tendo sido mais entregue nenhum veículo, deixando
inúmeros consumidores sem receber o produto ofertado, muitos, inclusive,
com veículo quitado”, detalhou o promotor.
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