Antes de interrogar o ex-governador do Rio Sérgio Cabral, o juiz
Marcelo Bretas comentou na sexta-feira (8) sobre outra audiência
desta semana que causou polêmica. Na terça passada, Cabral convidou o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a prestar depoimento como
testemunha de defesa. Bretas se referiu a Lula como uma figura histórica
da política e permitiu que o ex-governador conhecesse o neto recém-nascido.
Os comentários feitos por Bretas na sexta foram considerados por ele
próprio como um desabafo, após ser criticado em redes sociais.
Internautas o atacaram por considerarem que havia elogiado Lula.
"Só não bateram mais em mim por ter me deixado encontrar seu neto (na
terça) porque houve um assunto mais importante que foi a conversa com o
ex-presidente. Tem pessoas que confundem as coisas. Acham que juiz não
tem que ser humano, que tem que ser máquina. Juiz é humano, mais do que
qualquer um tem que ter respeitar a humanidade. Achei que o senhor não
causaria mal nenhum a sociedade se encontrasse sua família", disse
Bretas.
O magistrado disse ainda que trabalha há dois anos na Lava Jato, mas
que antes disso repetiu o gesto com presos pobres. Ou seja, permitiu a
visita de familiares.
"Cansei de pedir aos policiais que aguardassem aqui fora. Não fiz isso
porque era o senhor não. O país está muito sensível politicamente. Nos
tratamos com respeito, independentemente de ter condenado o senhor. Juiz
não é inimigo de ninguém", completou.
Na semana passada, Bretas falou o seguinte para Lula ao encerrar a oitiva.
"Senhor Luiz Inácio, muito obrigado. Inclusive pela postura que se
portou. O senhor é uma figura importante no nosso país, é relevante sua
história para todos nós. Para mim, inclusive. Aos 18 anos estava aqui
num comício na Avenida Presidente Vargas com um milhão de pessoas e eu
estava lá usando o boné e a camiseta com seu nome".
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