O Brasil está entre os países com o menor número de engenheiros.
Enquanto a Coreia, a Rússia, a Finlândia e a Áustria contavam com mais
de 20 engenheiros para cada 10 mil habitantes, o Brasil registrava, em
2014, apenas 4,8 graduados em engenharia para o mesmo universo de
pessoas, em 2014. Segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), sistematizados pela
Associação Nacional de Educação em Engenharia (Abenge), apesar do
ingresso em cursos superiores ter aumentado, passando de 6,5% para
15,1%, entre 2001 e 2016, a evasão aumentou de 5,1% para 10,6% no mesmo
período.
Em 2017, no Rio Grande do Norte, mais de 2,5 mil alunos ingressaram
em cursos de engenharia. Em contrapartida, mais de 3,7 mil desistiram da
graduação, de acordo com o Censo da Educação Superior.
Desse número, 2.391 se desvincularam da universidade, 1.247 trancaram e
85 trocaram de curso. No ano passado, o estado ofereceu mais de 5,9 mil
vagas distribuídas entre cursos ofertados por instituições públicas e
privadas nas áreas de engenharia, como engenharia civil, elétrica,
mecânica, computação, química, engenharia de produção, materiais e
automotiva.
Para a diretora de Inovação da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e superintendente nacional do Instituto Euvaldo Lodi (IEL),
Gianna Sagazio, o alto índice de desistência mostra a fragilidade e a
necessidade da modernização do ensino de engenharia, que, segundo ela,
ainda segue o modelo idealizado há mais de 30 anos. “O mundo está
mudando muito rapidamente e a gente precisa preparar os nossos
profissionais, os nossos engenheiros, para enfrentar esses desafios que
já estão colocados aqui. Se a gente não tiver engenheiros preparados
para os impactos dessa revolução digital, não conseguiremos ser
competitivos e nem gerar qualidade de vida para a nossa população”,
ressalta.
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