O superintendente da Polícia Federal em Minas Gerais, delegado
Rodrigo Teixeira, rebateu ontem quarta-feira, 26, críticas do candidato
do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, e de sua família,
sobre a condução das investigações do atentado a faca sofrido pelo
deputado no último dia 6. O delegado negou que o responsável pela
investigação seja ligado ao PT e disse que a PF não “privilegia
ninguém”.
Em entrevista à Rádio Jovem Pan na segunda-feira, Bolsonaro afirmou
ter sido vítima de atentado político e sugeriu que a PF agia para
“abafar” o caso. A investigação está sob responsabilidade do delegado
Rodrigo Morais. “O inquérito vem sendo conduzido de forma isenta, como
sempre é feito pela Polícia Federal”, afirmou o superintendente. “Neste
caso, foi aberto à família da vítima e à própria vítima para que
pudessem acompanhar o procedimento. O doutor Rodrigo está se empenhando
ao máximo”, disse Teixeira.
A PF anunciou na terça-feira, 25, a abertura de novo inquérito para
apurar o atentado. Segundo argumentação da corporação, isso ocorreu
porque o prazo para fim do primeiro inquérito é mais curto, por se
tratar de investigação com prisão em flagrante. “A instituição Polícia
Federal vem prestando grandes serviços à Nação nas últimas décadas, e
merece respeito de qualquer cidadão, desde o mais humilde até o
postulante ao cargo mais alto da República.”
O superintendente da PF confirmou que o delegado responsável pelo
caso trabalhou no governo de Fernando Pimentel (PT) em Minas Gerais, mas
negou que o colega tenha relações com o partido. Foi uma resposta a uma
afirmação do filho do presidenciável, Flávio Bolsonaro, que em
entrevista disse que a PF havia colocado “um delegado que foi assessor
do PT para encabeçar o inquérito”.
“Rodrigo Morais exerceu cargo técnico na Secretaria de Defesa Social
de Minas Gerais. Era um cargo que integrava as inteligências das
polícias Militar, Civil e do sistema prisional. Era um cargo de terceiro
escalão”, disse o superintendente. “Morais nunca teve contato com o
governador, e fez um grande trabalho na secretaria, porque estava muito
qualificado para isso, tinha experiência”, afirmou.
Segundo Teixeira, “politicamente, cada um fala o que quiser”. “Não
existe na Polícia Federal abafar caso ou dar preferência para caso. Não
existe prejudicar A, B ou C. Trabalhamos com o estrito cumprimento da
lei, e a história nossa prova isso.”
Bolsonaro foi esfaqueado no abdome quando fazia campanha na região da
Praça Halfeld, no centro de Juiz de Fora. Ele se recupera no Hospital
Albert Einstein, em São Paulo. O agressor, Adelio Bispo de Oliveira,
está preso em penitenciária federal em Mato Grosso do Sul.
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