Quantos, dos quase 20 milhões de adultos
fumantes brasileiros, trocariam o cigarro convencional por uma opção
potencialmente menos prejudicial? Quantos dos cerca de 88 milhões de não
fumantes impactados pela convivência com fumantes indicariam aos seus
parentes e amigos uma alternativa menos nociva à saúde deles e de
terceiros? As respostas, surpreendentes, a estas questões foram obtidas
pelo Instituto de Pesquisas Datafolha: 82% dos atuais fumantes optariam
por uma solução menos danosa do que o cigarro, enquanto que 78% dos não
fumantes recomendariam tais alternativas a terceiros.
Também segundo a pesquisa, a média declarada de consumo de cigarros
no Brasil é de 13 unidades por dia para cada fumante. Sendo a
comercialização de cigarros permitida no Brasil, o que pensam os
brasileiros sobre restrições à comercialização de produtos que podem
oferecer menos riscos à saúde? O Datafolha mostra que 79% dos
brasileiros são favoráveis a que o governo autorize a comercialização
deles no País. É um dado em linha com a resposta de 80% dos
entrevistados que concordam que os fumantes deveriam ter acesso a
produtos de risco reduzido. A comercialização desses produtos está
banida no Brasil desde 2009, enquanto que em diversos países do mundo o
tema tem avançado bastante. Agências como o Food and Drug Administration
(FDA) nos Estados Unidos e a Agencia de Saúde Pública no Reino Unido
(Public Health England) entendem que novas tecnologias de risco reduzido
podem ter um papel importante na redução dos danos à saúde causados
pelo cigarro, funcionando de maneira complementar às políticas públicas
de cessação.
“É indiscutível que a maioria dos fumantes tem plena consciência dos
danos causados pelo hábito de fumar cigarros. Contudo, muitos ainda
continuarão fumando e sabem que sofrerão sérias consequências à sua
saúde. A pergunta que se faz é, existindo soluções que tem o potencial
de reduzir os danos à saúde, por que elas não estão hoje disponíveis aos
adultos fumantes brasileiros? “, argumenta Fernando Vieira, Diretor de
Assuntos Corporativos da Philip Morris Brasil, empresa responsável pela
contratação da pesquisa feita pelo Datafolha. Existem hoje milhões de
pessoas que já trocaram o cigarro por produtos de risco reduzido em
países como Japão, Alemanha, Itália, Suíça, Reino Unido, dentre muitos
outros.
O principal motivo que leva os fumantes a se interessarem por
produtos de menor risco está ligado ao bem-estar: 76% dizem que fariam a
troca porque querem ter menos problemas de saúde. No entanto, a
pesquisa mostrou que o brasileiro ainda desconhece que alternativas ao
cigarro e de menor risco já estão disponíveis no exterior: 75% dos
entrevistados não sabem definir o que ou quais seriam produtos de risco
reduzido e, deste total, apenas 1% já ouviu falar das soluções já
existentes que usam o tabaco aquecido.
O diretor da Philip Morris reconhece que a indústria tem um déficit
reputacional com a sociedade e que há questionamentos de alguns setores
da sociedade sobre as novas tecnologias de redução de risco no
tabagismo. Mas salienta que “estamos encarando de frente esses
problemas, sendo transparentes e investindo bilhões de dólares em
ciência e tecnologia para oferecer aos adultos fumantes alternativas que
podem melhorar suas vidas”. E complementa: “simplesmente não considerar
alternativas cientificamente sólidas e continuar só falando mal da
indústria do tabaco não irá resolver o problema e afastar as pessoas dos
cigarros”.
A pesquisa do Datafolha foi feita em julho com pessoas de 18 anos ou
mais, a maioria na faixa de 25 a 59 anos. As 1982 entrevistas foram
distribuídas por 129 municípios de todas as regiões do país para
representar a população brasileira maior de idade, pertencente a todas
as classes econômicas, de acordo com cotas de gênero e idade baseadas na
PNAD 2016 (IBGE).
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