Apenas 33 dos 167 municípios potiguares têm política de saneamento
básico, segundo um levantamento da Confederação Nacional da Indústria
(CNI) em dados do IBGE, divulgado nesta quarta-feira (7). Com isso,
quase 63% das cidades do Rio Grande do Norte têm registros de
enfermidades como diarreia e vômito, além de casos de dengue, zika e
chikungunya – todos relacionados à falta de saneamento. Ainda de acordo
com a CNI, o estado potiguar é o segundo da região Nordeste com maior
incidência de doenças relacionadas à falta de tratamento do esgoto.
Atualmente, 2,6 milhões de potiguares continuam a despejar efluentes
sem tratamento na natureza. Isso significa 76% da população do estado. O
Rio Grande do Norte também apresenta outro indicador alarmante: de todo
o esgoto produzido pela população, apenas 23,4% é coletado.
E em meio às discussões sobre os problemas de saneamento no estado,
tramita no Congresso Nacional a Medida Provisória 844/2018, que altera o
marco legal do saneamento básico no Brasil.
Segundo o professor de Direito Econômico da Universidade Federal do Paraná, Egon Bockmann Moreira, a aprovação da MP pode contribuir, inclusive, para o desenvolvimento sustentável dos brasileiros.
“Aí que está a importância da Medida Provisória 844/2018, que
pretende de uma forma específica atribuir determinadas competências para
Agência Nacional de Águas (ANA) e disciplinar o setor de água e
saneamento de uma forma harmônica em todos os municípios, todas as
regiões metropolitanas, em todos locais brasileiros. É muito importante
para nosso desenvolvimento sustentável”.
A Medida Provisória que tramita no Congresso atribui à Agência
Nacional de Águas (ANA) a competência para editar normas de referência
nacionais sobre o serviço de saneamento. Para o professor de Direito da
Infraestrutura e da Regulação da FGV, Rafael Véras, a medida pode
aumentar a competitividade entre as empresas e, consequentemente,
melhorar o serviço oferecido.
“Abrindo o setor de saneamento às empresas privadas, você vai gerar
por meio da competição estímulos para que a qualidade do serviço do
saneamento seja implementada. Se tenho a disputa entre agentes de
mercado e entre esses agentes e as companhias estaduais de saneamento
tende a ter um resultado mais favorável para os usuários.”
De acordo com a CNI, o Rio Grande do Norte investiu R$ 471 milhões em
serviços de água e esgoto, o que equivale a R$ 134,35 por habitante.
Esse número, no entanto, está abaixo da média nacional, que é de R$
188,17 por pessoa. Via PnoAR.
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