O aplicativo para celulares Onde Tem Tiroteio (OTT-SP) registrou 477
tiroteios no estado de São Paulo desde que começou a funcionar em março.
A ferramenta faz a divulgação da troca de tiros quando é informada
pelos usuários. A informação, no entanto, é checada, antes de ser
publicada pelos administradores do aplicativo.
O objetivo da ferramenta, segundo os desenvolvedores, é servir de
alerta para que as pessoas evitem áreas onde está ocorrendo o tiroteio
ou arrastão. No Rio de Janeiro, onde o aplicativo funciona há dois anos,
foram registrados mais de 5 mil tiroteios em 2018.
“A gente foca em avisar as pessoas que estão nas proximidades para
não se machucarem. Nosso foco é o cidadão. É uma briga que não era
nossa, não éramos nós que deveríamos fazer isso. A gente viu que nada
estava acontecendo diante dos tiroteios e decidimos abraçar o projeto”,
disse um dos administradores e desenvolvedores do aplicativo, Henrique
Caaman.
Segundo Caaman, o sistema de checagem da ferramenta envolve a
consulta a um grupo de apoio de colaboradores de confiança e até a
grupos de WhatsApp de moradores da região da ocorrência.
“As informações chegam de ‘n’ canais. Dependendo de quem manda, se já
fizer parte do nosso clube de confiança, imediatamente vai pra rede. Se
não partiu dessas pessoas, a gente joga em um núcleo de confirmação.
Participamos de mais de 500 grupos de WhatsApp”, explicou.
De acordo com Caaman, não é possível ainda ter uma avaliação da
segurança pública de São Paulo a partir dos dados do aplicativo. Segundo
ele, a ferramenta está em funcionamento há muito pouco tempo para se
obter uma noção exata da situação.
“Muita coisa não chega e conforme a rede aumentar, infelizmente, os
números vão aumentar. Os lançamentos da OTT são 25% ou 30% da realidade
porque não chega tudo o que acontece para a gente. De 220 relatos que
chegam, a gente lança 35 a 40. Pode ter acontecido, mas nós não
conseguimos confirmar”.
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