A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) acionou o Ministério
Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF), solicitando que ameaças a
estudantes e professores da instituição de ensino sejam investigadas.
A Procuradoria da República em Pernambuco já havia instaurado ontem
(7), no final da tarde, procedimento para acompanhar a apuração
policial, que tenta identificar quem deixou na sala do Diretório
Acadêmico de História, na última terça-feira (6), uma carta com uma
lista de nomes de professores e alunos do Centro de Filosofia e Ciências
Humanas. O conteúdo da carta foi reproduzido em redes sociais.
Intitulada Doutrinadores e alunos que serão banidos do CFCH,
a lista apócrifa elenca uma série de docentes, classificando-os como
“doutrinadores”, “comunistas” e “uma ameaça à moral e aos bons
costumes”. Já os alunos da instituição são tratados como “orientandos
esquerdistas” e um “exército de viados, travecos, feminazis, prostitutas
e todos os tipos de degenerados”.
Em um comunicado divulgado em seu site, a universidade repudiou as
ameaças e insultos que estão sendo feitos a professores e estudantes do
Centro de Filosofia e Ciências Humanas “devido ao posicionamento
político-ideológico, à orientação sexual e à etnia” destes. Além de
acionar o MPF e a PF, a reitoria da universidade também determinou a
abertura de uma sindicância interna para tentar esclarecer os fatos.
“A UFPE não admite, sob qualquer hipótese, que a violência ameace as
liberdades de cátedra e individuais, defendendo a academia como espaço
para o pluralismo de ideias”, afirma a reitoria, convocando a comunidade
acadêmica a denunciar casos semelhantes à Ouvidoria-Geral da
instituição, por meio do site da universidade.
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