O Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou na quinta-feira, 8, a
liberação de 20% da carga horária do ensino médio diurno para a educação
a distância. Segundo o texto, a modalidade deve ser utilizada
“preferencialmente” na parte flexível prevista pela reforma, aprovada em
2017, para essa etapa de ensino. A mudança divide especialistas da
área.
O ensino a distância na educação básica é uma das ideias defendidas
pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), para atender locais mais
remotos, por exemplo. Na avaliação de alguns conselheiros, a aprovação
dos 20% limita uma eventual proposta mais ousada de utilização da
modalidade nas escolas.
O texto aprovado atualiza as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs)
para o ensino médio e regulamenta a reforma da etapa, que já havia
aberto uma brecha para o ensino online. A reestruturação do médio,
aprovada em 2017, prevê que 40% da carga horária seja flexível, com
aprofundamento de estudos em áreas específicas optativas. Os outros 60%
são para os conteúdos comuns, como Matemática e Linguagens.
Entre os que defendem a educação a distância, o argumento é o de que
ela ajuda a aumentar a oferta de disciplinas não obrigatórias do novo
ensino médio. Isso porque metade das cidades do País tem só uma escola
de ensino médio e, por isso, faltam professores para as várias áreas que
deveriam ser oferecidas. No entanto, ao não delimitar a modalidade
apenas para a parte flexível, há o receio de que a alternativa seja
usada para resolver o déficit de professores.
Para o membro do CNE Eduardo Deschamps, a atualização das diretrizes
não abre brecha para esse tipo de uso, uma vez que o texto restringe as
atividades online apenas com a presença de um professor, que deverá ser
correlato à área. O texto aprovado, porém, não faz essa delimitação
quanto a área de atuação do docente. “Não está no documento porque já há
outros dispositivos na legislação que garantem essa ligação”, argumenta
Deschamps. O jornal O Estado de S. Paulo mostrou há dois dias que o CNE se articulava para concluir a votação já esta semana.
Nenhum comentário:
Postar um comentário