O surto de sarampo, novas descobertas sobre imunização e o combate às
notícias falsas sobre vacinas vão ser alguns dos temas debatidos por
mais de 1,1 mil profissionais de saúde que participam nesta semana da
Jornada Nacional de Imunizações, em Fortaleza, no Ceará. O evento, com
114 conferencistas, começa hoje (4) e vai até sábado.
Presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), entidade
que promove o encontro, Juarez Cunha afirma que a percepção dos
problemas que levaram à baixa na cobertura vacinal fez com que o tema da
jornada seja "Promovendo o valor da imunização". Segundo a SBIm, as
coberturas abaixo do ideal vêm sendo registradas desde 2015, o que está
relacionado a problemas como a circulação de fake news, a hesitação em se vacinar e a falsa segurança de que as doenças erradicadas não existem mais.
"É muito triste fazer a jornada neste momento em que estamos
assistindo a um surto de sarampo no nosso país que não precisaria estar
acontecendo, e com casos graves e óbitos. Mas, por outro lado, vai
reforçar [a discussão], porque o objetivo principal é passar
informação", diz Juarez.
O surto de sarampo no estado de São Paulo, onde mais de 2,2 mil casos
já foram registrados neste ano, levou o governo federal a intensificar a
vacinação de crianças de até um ano e adultos jovens. A imunização
contra o sarampo está incluída na vacina tríplice viral, que faz parte
do calendário nacional de vacinação e previne também contra a caxumba e a
rubéola,
Novidades na área de imunizações também estarão em debate, como a
vacina de herpes zoster com o vírus inativado, já registrada nos Estados
Unidos. Atualmente, a vacina utilizada no Brasil tem o vírus vivo
atenuado. Outra tecnologia nova que deve ser discutida pelos
especialistas é a vacina que previne nove tipos de HPV, enquanto as que
estão disponíveis no Brasil previnem até quatro tipos do vírus,
relacionados a casos de câncer.
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