A produção da vacina contra a dengue no Brasil está em sua última
fase. A ideia é produzi-la em larga escala e disponibilizá-la para
campanhas de imunização na rede pública de saúde em todo o Brasil. A
vacina foi desenvolvida pelo Instituto Butantan, considerado um dos
maiores centros de pesquisa biomédica do mundo, e colocada sob
responsabilidade de profissionais referência do país, entre eles, dois
pesquisadores da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – Rede
Ebserh.
Em Sergipe, os estudos estão sob a condução do pesquisador
Ricardo Gurgel, que atua como pediatra no Hospital Universitário de
Sergipe (HU-UFS/Ebserh). Desde 2016, ele vem avaliando cerca de 1.200
pessoas enquadradas nas faixas etárias de 2 a 6 anos, 7 a 17 anos e 18 a
59 anos. A primeira fase foi em animais, a segunda em um grupo menor de
pessoas e nesta terceira em várias partes do país, em diferentes
situações.
“Ela [a vacina] protege contra os quatro tipos de dengue. Nas duas
primeiras fases do estudo, os pesquisadores concluíram que a eficácia é
superior a 85%. O trabalho deve ser concluído em 2023, mas existe a
expectativa que a Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária]
aprove esse tipo de imunização antes desse prazo. Existe outra vacina,
já comercializada, com grau de eficácia menor, em torno de 60%, que é
feita em mais de uma dose. A do Butantan é feita em dose única, uma
vantagem muito grande”, esclarece o médico.
No local de
atendimento, que fica no município de Laranjeiras (SE), existe recepção,
salas de atendimento, salas de coleta de sangue e processamento das
amostras, posteriormente enviadas a São Paulo. “Os participantes do
estudo são acompanhados por uma equipe médica. Eles recebem a vacina
para verificarmos a eficácia da proteção. Nós fizemos a captação das
pessoas, elas concordaram em participar desse ensaio clínico e, a partir
daí, fazem uso da vacina, firmando o compromisso de ter um
acompanhamento regular durante quatro anos para avaliar como se
comportam em relação à possibilidade de ter dengue ou não”, detalha.
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