O Censo da Educação Básica, divulgado ontem terça-feira pelo Ministério da Educação (MEC), mostrou que o País
ainda não conseguiu avançar na barreira em que se transformou o ensino
médio. Enquanto a queda constante no número de alunos do fundamental é
causada por bons motivos – maior aprovação e um fluxo mais regular -,
esses mesmos estudantes que terminam o 9.º ano não chegam ao ensino
médio e o número de matrículas nessa etapa caiu.
No ano passado, 8,312 milhões de alunos
frequentaram o ensino médio no País. É o menor número desde 2007 e quase
1% menor do que o registrado em 2012, quando 8,376 milhões de alunos
estavam matriculados. Cerca de 1,5 milhão de jovens de 15 a 17 anos
deveriam estar no ensino médio, mas estão fora da escola – o que
demonstra a necessidade de expansão das matrículas nessa etapa do
ensino.
O presidente do Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Francisco Soares, afirmou que o
ensino médio é o gargalo da educação. “O ensino médio é um problema
histórico, mas que está mudando. As taxas de aprovação, principalmente
no primeiro ano, estão em torno de 70%.”
Nos níveis iniciais de educação, o País
pode comemorar. Ao mesmo tempo que aumenta o número de crianças em
creches e na pré-escola, caiu a reprovação no ensino fundamental. Em
seis anos, são menos 3 milhões de alunos no fundamental, com uma evasão
de apenas 2,7% em 2012 – a metade da registrada em 2007.
“É considerada uma queda boa porque
temos, de um lado, um movimento demográfico (menor número de
nascimentos), melhor desempenho do aluno e uma menor retenção no
sistema”, disse o ministro da Educação, Henrique Paim.
O movimento desses alunos, no entanto,
deveria ter levado a um crescimento de matrículas no ensino médio, o que
não aconteceu. Os dados de evasão e repetência de 2013 só ficarão
prontos no meio deste ano.
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