O ex-ministro da Defesa, Hyon Yong-Chol (marcado em vermelho), ao lado de Kim Jong-un durante uma cerimônia(Reprodução/KCNA/AP)
O ministro norte-coreano da Defesa, Hyon
Yong-Chol, foi executado por deslealdade e por manifestar sua “falta de
respeito” pelo ditador Kim Jong-un, informou nesta quarta-feira a
agência de inteligência de Seul. Centenas de oficiais assistiram à
execução ocorrida em 30 de abril, disse o subdiretor do Serviço Nacional
de Inteligência, Han Ki-Beom, a uma comissão parlamenta.
Hyon, nomeado para o cargo há menos de
um ano, teria sido surpreendido dormindo durante um desfile militar e
respondido de maneira inadequada a Kim Jong-un em várias oportunidades,
revelou a inteligência sul-coreana. O presidente do Comitê de
Inteligência da Assembleia Nacional, Kim Gwang-lim, disse à CNN que Hyon
também provocou a ira do ditador após falhar e não conseguir cumprir as
tarefas que lhe eram passadas.
O ministro da Defesa foi então executado
em uma academia militar na região de Pyongyang. De acordo com a CNN, a
arma usada para matar Hyon foi uma metralhadora de grosso calibre, usada
como bateria antiaérea. O método brutal passa uma clara mensagem de
força do ditador a outros funcionários que ousarem desrespeitar suas
ordens.
Na Coreia do Norte, o ministro da Defesa
é encarregado da logística e dos intercâmbios com o estrangeiro, mas a
política militar é determinada pela poderosa Comissão Nacional de Defesa
e pela Comissão Militar Central do partido único que governa o país.
Yang Moo-Jin, acadêmico da Universidade de Estudos sobre a Coreia do
Norte, com sede em Seul, disse que a execução surpreendente porque “Hyon
era considerado um dos três militares mais próximos a Kim Jong-un”.
Hyon viajou à Rússia em abril, em parte
para preparar a visita de Kim, que iria assistir ao desfile militar de 9
de maio, ponto alto das comemorações da vitória sobre os nazistas
durante a II Guerra Mundial. O ditador norte-coreano finalmente cancelou
a viagem justificando precisar se dedicar a “alguns assuntos internos”.
Desde que Kim assumiu a chefia do
Estado, em dezembro de 2011, já realizou vários expurgos, sendo o
principal a execução de seu tio e mentor político Jang Song-Thaek, morto
em 2013.
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