Eletricista comoveu agentes da Polícia Civil com sua história
Preso em flagrante após tentar roubar
uma peça de dois quilos de carne na tarde de quarta-feira, 13, o
eletricista Mário Ferreira Lima, de 47 anos, foi encaminhado à 20ª
Delegacia de Polícia do Distrito Federal, onde comoveu agentes da
Polícia Civil com sua história.
Desempregado há mais de dois meses, sem
condições de ajudar a esposa convalescente e de sustentar o filho de 12
anos, Lima estava sem comer há dois dias quando foi detido. Saiu da
delegacia com a fiança paga pelos próprios policiais, que o levaram
novamente a um supermercado e o presentearam com alimentos e produtos de
higiene.
“Ele escondeu a carne em um momento de
fraqueza”, disse o agente Francisco Sena, que atendeu o caso. No
supermercado, foi comprar pães, mortadela, presunto e queijo, além da
peça de carne, mas percebeu que tinha apenas R$14 em sua conta bancária.
Segundo o relato feito aos policiais,
ele tentou pagar pelos outros itens e colocou a carne em sua bolsa,
movimento que foi imediatamente repreendido pelo segurança do local.
Impedido de sair do local, ele ainda teria ligado para sua mãe para que
ela pagasse pela carne, mas ela não conseguiu ajudá-lo.
Lima disse aos policiais que recebe
mensalmente uma parcela de R$70 do programa Bolsa Família, atualmente a
única fonte de renda que sustenta ele e o filho. A esposa sofreu um
acidente há cerca de um ano, o que teria obrigado o eletricista a largar
o emprego. “Por um período que ela ficou em coma no hospital, ele teve
que sair do trabalho para cuidar dela”, contou Sena.
Ao chegar à delegacia, o eletricista
passou mal e quase desmaiou. Uma equipe médica foi chamada para
atendê-lo e constatou que Lima não comia há pelo menos dois dias. Ele
disse aos policiais que, quando saiu de casa, achava que o valor do
Bolsa Família referente a maio já havia sido pago.
O delegado decidiu que a fiança pela
liberdade do eletricista seria de R$270. Por volta das 19h, uma agente
policial pagou o valor, e Lima foi levado para casa por quatro
policiais. A história que ele havia contado se confirmou, e os agentes
resolveram levar Lima a um supermercado.
O caso ainda não está totalmente
resolvido. Um processo será encaminhado ao Tribunal de Justiça de Santa
Maria, no Distrito Federal, onde será decidido como Lima pagará pelo
roubo da carne.
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