O juiz federal Sérgio Moro aceitou hoje
(19) mais uma denúncia da força-tarefa da Operacão Lava Jato contra o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com a decisão, Lula se torna
réu pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Outras oito
pessoas também foram denunciadas, entre elas o advogado de Lula,
Roberto Teixeira, a ex-primeira-dama Marisa Letícia, além de Marcelo
Odebrecht, ex-presidente do grupo Odebrecht.
Com
a decisão, Lula passa a ser réu em cinco ações penais. O ex-presidente
já responde a três ações penais na Justiça Federal em Brasília. Uma pela
suposta participação na compra do silêncio do ex-diretor da Petrobras
Nestor Cerveró, outra na Operação Zelotes pelos crimes de tráfico de
influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa e uma terceira
por supostos desvios no BNDES. Na quarta, que tramita sob a condução de
Sérgio Moro, o ex-presidente é acusado de receber R$ 3,7 milhões da
Odebrecht.
De acordo com a denúncia
aceita hoje, Lula participou de um esquema para desviar entre 2% e 3%
dos valores de contratos assinados entre a Odebrecht e a Petrobras. A
cifra total dos desvios ultrapassaria R$ 75 milhões.
Segundo
os investigadores, uma das formas de o ex-presidente receber a propina
se deu por meio da compra e manutenção da sede do Instituto Lula, em São
Paulo, pela Construtora Norberto Odebrecht. O negócio de mais de R$ 12
milhões teria sido fechado com a intermediação do ex-ministro Antonio
Palocci e de seu assessor, Branislav Kontic, também denunciados.
A
denúncia afirma ainda que uma cobertura vizinha à que Lula mora em São
Bernardo do Campo foi comprada pela Odebrecht por R$ 504 mil e dada ao
ex-presidente. Segundo as investigações, Glaucos da Costamarques,
parente de José Carlos Bumlai, pecuarista e amigo de Lula, teria atuado
como laranja.
A Agência Brasil entrou em contato com a defesa de Lula e aguarda retorno.
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