O Bahia criticou, por meio de nota, a denúncia de exploração de mão de obra infantil
feita pelo Ministério do Trabalho e divulgada na última segunda-feira,
no site do órgão federal. No texto, o clube baiano nega a acusação de
manter garotos com idade inferior a 14 anos em condição de trabalho e
critica a divulgação do auto de infração antes do encerramento do prazo
de defesa.
- O Esporte Clube Bahia vem a público desmentir a acusação de que teria
havido trabalho infantil na instituição - denúncia essa que beira a
irresponsabilidade – diz o início da nota.
Segundo o Ministério do Trabalho, uma ação realizada entre os meses de
julho e agosto, em parceria com Ministério Público do Trabalho do
Estado, identificou uma casa próximo ao Centro de Treinamento do Bahia,
no bairro de Itinga, em Lauro de Freitas, em que dois garotos de 12 e 13
anos estavam alojados sob os cuidados de uma mulher, que informou
receber R$ 800 reais do clube para exercer o papel de "mãe social", que
seria cuidar dos meninos até que eles completassem 14 anos, idade mínima
estabelecida pela Lei Pelé para firmar contratos de atletas em
formação.
O auditor-fiscal Antônio Ferreira Inocêncio Neto, que coordena as
atividades de fiscalização do trabalho infantil na Bahia, informou que
os jovens eram mantidos em acomodações impróprias, considerando-se o
número de pessoas abrigadas na residência. Os dois garotos treinavam às
segundas, quartas e sextas-feiras, fora das instalações do Fazendão. Os
meninos foram encaminhados ao Conselho Tutelar de Lauro de Freitas para
esclarecimentos.
Ainda conforme o Ministério do Trabalho, foram encontrados em outra
casa mais seis jovens que haviam completado 14 anos recentemente, mas
não possuíam contrato de formação com o Bahia e aguardavam por uma
transferência para o alojamento oficial do clube. Os jovens informaram
que estavam sob a responsabilidade de uma senhora, que faziam todas as
refeições no clube, e frequentavam treinos diariamente, e também uma
escola pública nas proximidades. Os auditores-fiscais constataram que
não havia autorização legal dos pais para os jovens estarem no local.
Na nota, o Bahia nega que mantenha relação com mulheres que exercem o papel de “mãe social”.
- Não é verdade que o Clube mantenha qualquer tipo de instalação fora
das suas dependências, seja mediante pagamento de aluguel, seja com
oferecimento de quaisquer contrapartidas a terceiros, a fim de acomodar
jovens que buscam uma colocação no Tricolor.
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