quarta-feira, agosto 30, 2017

Instagram é a rede que mais prejudica a sua saúde mental.

Amigos sorridentes em festas tarde da noite, paisagens de tirar o fôlego em destinos do outro lado do mundo e modelos fitness com corpos impecáveis. A lista é longa. E se você usa o Instagram, está bem familiarizado com ela. Só que a rede social nem sempre reflete nossa (nada fotogênica) realidade.

A frustração causada por essa desconexão com a vida real tem sido relacionada, por uma série de pesquisadores, a problemas de saúde mental, como ansiedade, depressão, insônia e rejeição à própria imagem. As principais vítimas? Jovens, justamente o grupo que mais usa as redes.

E com 700 milhões de usuários em todo o mundo, o Instagram parece causar o pior efeito entre as plataformas de redes sociais. Ao menos foi o que constatou um novo estudo da Royal Society for Public Health (RSPH), uma entidade do Reino Unido. A pesquisa combina descobertas já publicadas sobre os impactos das redes sociais com um levantamento próprio feito com aproximadamente 1.500 pessoas entre 14 e 24 anos de idade.

Os pesquisadores fizeram perguntas aos jovens relacionadas a sentimentos como pertencimento a um grupo, ansiedade, senso de identidade, sono e imagem corporal. A ideia era descobrir como os entrevistados se sentiam diante de diferentes plataformas na web — Instagram, Facebook, Snapchat, YouTube e Twitter.

E veja só, apenas o YouTube apresentou um efeito positivo entre os entrevistados. Todas as outras redes sociais foram relacionadas a um impacto negativo. Na ordem dos que “fazem mais mal”: Instagram, Snapchat, Facebook e Twitter. Sobre o principal vilão, especificamente, a acusação foi clara — ansiedade e problemas com a própria imagem. Jovens muitas vezes se comparam com fotos irrealistas (e que foram manipuladas).

Pesquisas anteriores já defendiam que expectativas fora da realidade e o medo de estar perdendo algo, criados por causa do feed das redes sociais, podem diminuir a autoestima e até catalisar ansiedade e depressão. Problemas para dormir não ficam de fora da lista. O estudo cita achados recentes, publicados no Journal of Youth Studies, mostrando que um em cada cinco jovens dizem acordar durante a noite para verificar mensagens. Resultado? Eles ficam exaustos durante o dia.

O RSPH dá, no entanto, algumas recomendações para tentar mudar esse cenário. Segundo a entidade, marcas de moda, celebridades e influenciadores digitais deveriam deixar claro quando suas fotos foram manipuladas. As redes sociais também poderiam enviar aos usuários um aviso (como pop-up, por exemplo) se eles excederem um determinado tempo conectados. As plataformas poderiam ainda identificar usuários com possíveis problemas, com base em seu uso da rede, e enviar uma mensagem privada sobre como e onde conseguir ajuda.

Mas calma, nem tudo são trevas. Quase 70% dos entrevistados relataram ter recebido apoio emocional nas redes sociais quando tiveram momentos difíceis, e muitos disseram que suas contas ofereciam um espaço positivo para se expressarem. Além disso, os entrevistados criaram e mantiveram relacionamentos pela internet. Via Época.

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